ATA DA QUADRAGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 19.05.1989.
Aos dezenove dias do mês de maio do ano de mil novecentos e oitenta e nove reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Quadragésima Quarta Sessão Ordinária da Primeira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Brum, Cyro Martini, Décio Schauren, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Flávio Koutzii, Gert Schinke, Giovani Gregol, Heriberto Back, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir Fraga, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo e Nereu D’Ávila. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Wilton Araújo que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura das Atas da Quadragésima Terceira Sessão Ordinária e da Décima Quarta Sessão Solene que, juntamente com a Ata da Quadragésima Segunda Sessão Ordinária, foram aprovadas. À Mesa foram encaminhados: pelo Ver. Artur Zanella, 02 Pedidos de Informações; pelo Ver. Cyro Martini, 01 Pedido de Providências; 01 Indicação; 03 Pedidos de Informações; pelo Ver. Edi Morelli, 01 Emenda ao Projeto de Lei do Legislativo nº 26/89 (proc. nº 968/89); pelo Ver. Ervino Besson, 02 Pedidos de Providências; pelo Ver. João Dib, 01 Pedido de Providências; 01 Indicação; pelo Ver. Leão de Medeiros, 04 Pedidos de Providências; 01 Pedido de Informações; pelo Ver. Luiz Machado, 01 Pedido de Providências; 02 Pedidos de Informações; pelo Ver. Vicente Dutra, 02 Pedidos de Providências; pelo Ver. Wilton Araújo, 02 Pedidos de Providências; 01 Pedido de Informações; 01 Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 06/89 (proc. nº 1384/89). Do EXPEDIENTE constaram: ofícios nºs 404; 405; 406; 407; 408; 409; 410; 411; 412/89, do Prefeito Municipal. Após, foi aprovado Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, passando-se ao período de PAUTA. Em Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 09/88; Substitutivo do Ver. José Valdir, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 04/89; Projeto de Lei do Legislativo nºs 48; 50; 51; 53/89; Projeto de Resolução nº 07/89, discutido pelos Vereadores Artur Zanella e Valdir Fraga; em 2ª Sessão, Projetos de Lei do Legislativo nºs 35; 40; 43/89; em 3ª Sessão, Projetos de Lei do Legislativo nºs 38; 37; 39; 41/89. Às dez horas e dezenove minutos, foram suspensos os trabalhos, nos termos do art. 84, II do Regimento Interno, sendo reabertos, constatada a existência de “quorum”, às dez horas e trinta minutos, iniciando-se a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Secreta, Urgência, foram aprovados os Projetos de Lei do Executivo nºs 14/89, por vinte e seis votos SIM, após ter sido discutido pelo Ver. Artur Zanella, tendo sido escrutinadores os Vereadores Edi Morelli e Luiz Machado; 15/89, por vinte e oito votos SIM, tendo sido escrutinadores os Vereadores Isaac Ainhorn e Clóvis Brum; 16/89, por trinta votos SIM, tendo sido escrutinadores os Vereadores Vieira da Cunha e Vicente Dutra. Em Discussão Geral e Votação, Urgência, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 13/89, tendo sido encaminhado à votação pelos Vereadores Artur Zanella, Airto Ferronato, Vieira da Cunha, Giovani Gregol e Mano José. Após, foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Ver. Flávio Koutzii, solicitando que os Projetos de Lei do Executivo nºs 13; 14; 15; 16/89 sejam dispensados de distribuição em avulsos e interstícios para suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data; do Ver. Artur Zanella, de Votos de Congratulações com Alice Soares, pelo lançamento “Álbum Serigráfico” destaque I/89, Exposição individual; com o Grupo União de Puxadores de Samba, pela renovação, na Sala Álvaro Moreira, do projeto Boca da Noite 2; com Waldomiro Adolfo Eifler, Presidente, pela passagem do aniversário do Instituto Espírita Araújo Germano; com as Jornalistas Clarissa Veiga e Angela Bastos, por terem recebido o “Prêmio Informação Industrial”, promovido pelo Centro das Indústrias de Rio Grande; com o Sindicato de Comércio Varejista de Veículos e de Peças e Acessórios para Veículos, pela inauguração da nova sede; com o Dep. Jarbas Lima, Presidente, Eden Pedroso, Vice-Presidente, Mendes Ribeiro Filho, Relator Geral, Carlos Araújo e Athos Filho, Relatores Adjuntos, por terem sido eleitos para presidir a Comissão de Sistematização da Constituinte Estadual; com o Coral do Centro Cultural 25 de Julho, pela passagem de seu aniversário; com Laci Ughini, por assumir a Vice-Presidência da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas para a Região Sul; com a Companhia Petroquímica do Sul (COPESUL), pelo recebimento do Prêmio GQF - Garantia de Qualidade de Fornecedor; com Maria Cristina Hermann, pelo destaque no 39º Campeonato Aberto do Porto Alegre Country Club Chase Classic; de Votos de Pesar pelos falecimentos de Ruy Manoel Christini; de João Zuchetto Sobrinho; de Ede da Cunha Pesce; de Abrahão Streimbruch; de Curt Bercht; do Ver. Flávio Koutzii, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº 51/89 seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões de Justiça e Redação, de Finanças e Orçamento e de Urbanização, Transportes e Habitação; do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº 53/89 seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões de Justiça e Redação, e Urbanização, Transportes e Habitação, de Finanças e Orçamento e de Economia e Defesa do Consumidor; de Voto de Pesar pelo falecimento de La Hire Bittencourt; do Ver. Jaques Machado, de Votos de Pesar pelos falecimentos de Osni Fernandes; de Isabel Matesco Leso; do Ver. João Dib, solicitando que o período de Grande Expediente do dia vinte e nove do corrente seja destinado a homenagear o Jornal do Comércio, pela passagem de seu aniversário de fundação; do Ver. Leão de Medeiros, de Voto de Congratulações com a Federação Gaúcha de Futebol, pela passagem de seu aniversário; de Voto de Pesar pelo falecimento de João Carlos Gomes da Silveira; do Ver. Luiz Machado, de Votos de Congratulações com o Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul, pela inauguração de sua nova sede; com o Município de Cidreira; com o Esporte Club Acadêmico, pela passagem de seus aniversários; de Voto de Pesar pelo falecimento de Isaac Sirotsky; do Ver. Nereu D’Ávila, de Voto de Pesar pelo falecimento de Gino Rosito Fossá; do Ver. Valdir Fraga, solicitando que o Projeto de Resolução nº 07/89 seja considerado em regime de urgência; do Ver. Vicente Dutra, solicitando o encaminhamento, a várias entidades, do apanhado taquigráfico referente ao depoimento da Jornalista Otilia Souza que discursou, em Sessão Solene, realizada na Casa, em homenagem ao Dia das Mães, relatando sua experiência de mãe adotiva que cria cinco crianças; de Votos de Congratulações com a Fundação dos Rotarianos de Porto Alegre, pela implantação do Programa Pró-Fundo de Bolsas de Estudos; com o Embaixador italiano e o Cônsul da Itália pela realização, no Brasil, da promoção nacional “Itália Viva”; com o Comando da 3ª Região Militar, pelas festividades comemorativas ao Dia da Infantaria; do Ver. Valdir Fraga, de Moção de Solidariedade à Viação Área Riograndense, VARIG, em razão do tratamento que essa importante empresa de transporte aéreo vem recebendo de determinados setores do Governo norte-americano, relacionado com a apreensão de carga ilegal; do Ver. Wilton Araújo, de Voto de Pesar pelo falecimento do ex-Deputado estadual Justino Quintana; do Ver. Lauro Hagemann, de Voto de Pesar pelo falecimento de Ateu Carreta (Boró), este encaminhado à votação pelo Ver. Lauro Hagemann e votado em destaque a Requerimento verbal, aprovado, do autor. Ainda, foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo nº 12/89, após ter sido discutido pelos Vereadores Artur Zanella, Clóvis Brum, Nereu D’Ávila, João Dib e Cyro Martini e encaminhado à votação pelo Ver. Adroaldo Correa. Também, foi aprovado Requerimento do Ver. Flávio Koutzii, solicitando que o Projeto de Decreto Legislativo nº 12/89 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Durante a Ordem do Dia, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Vieira da Cunha e João Dib, acerca do uso, para homenagens ou debates, de períodos das Sessões destinados a pronunciamento dos Vereadores; dos Vereadores João Dib e Clóvis Brum, acerca do Requerimento do Ver. João Dib, de homenagem ao Jornal do Comércio. Ainda, o Ver. Vieira da Cunha solicitou o registrou em Ata de seu posicionamento favorável a homenagem ao Jornal do Comércio, solicitada pelo Ver. João Dib, defendendo, porém, a troca do horário da mesma, para que não sejam prejudicados os trabalhos da Sessão Ordinária. Em COMUNICAÇÕES DE LÍDER, o Ver. Ervino Besson questionou a responsabilidade da falta de carne atualmente enfrentada pela população porto-alegrense, comentando os problemas com que convivem os proprietários de açougue, que são obrigados a pagar altos ágios para conseguir o produto. O Ver. Clóvis Brum disse estar encaminhando requerimento à CEDECON, solicitando que sejam convidados os Senhores Superintendentes da SUNAB e da COBAL e o Secretário Municipal de Indústria e Comércio para debaterem a falta de carne em Porto Alegre e a existência ou não de estoques reguladores para esse produto. Salientou que, caso exista tal estoque, ele já deveria estar sendo utilizado. Em EXPLICAÇÕES PESSOAIS, o Ver. Luiz Machado discorreu sobre o Projeto de Lei do Legislativo nº 51/89, que dispõe sobre o Fundo de Previdência da Câmara Municipal de Porto Alegre. Destacou que solicitará seu desligamento desse Fundo, dizendo observar junto à população uma imagem muito negativa acerca do mesmo. Em COMUNICAÇÕES DE LÍDER, o Ver. Omar Ferri reportou-se ao pronunciamento, de hoje, do Ver. Luiz Machado, em que aquele Vereador comunica que solicitará seu desligamento do Fundo de Previdência da Casa. Ressaltou que, pela nova Constituição, o ingresso dos Vereadores nesse Fundo é opcional. Não concordou com o art. 4º do Projeto de Lei do Legislativo nº 51/89, o qual prevê a restituição, devidamente corrigida, dos pagamentos já efetuados pelos Vereadores que optem por sua exclusão do Fundo de Previdência da Casa. O Ver. Luiz Braz defendeu o Projeto de Lei do Legislativo nº 51/89, lamentando críticas feitas ao mesmo pelo Ver. Omar Ferri. Debateu os motivos que levaram o Ver. Dilamar Machado a apresentar o referido projeto, falando acerca de seu art. 4º, que prevê devolução de valores já pagos por Vereadores. Declarou não possuir o Ver. Omar Ferri o direito de considerar-se o árbitro dos demais Parlamentares da Casa. Em EXPLICAÇÕES PESSOAIS, o Ver. Adroaldo Correa comentou o recebimento, pelo Pref. Olívio Dutra, de abaixo-assinado de escola do Morro da Cruz, em face de suposta falta de água naquela escola, ressaltando ter sido verificado, mas tarde, encontrar-se a mesma com os registros de água fechados. Atentou para a possibilidade de existência de motivos políticos nessa espécie de movimentos populares. Falou sobre o desabastecimento de produtos básicos verificado no País, lembrando estar o mesmo presente em épocas de criação de ambiente propício a golpes militares e solicitando esclarecimentos das autoridades acerca da questão. O Ver. Giovani Gregol, falando sobre o início do período de seca da região amazônica, alertou para o fato de ser essa a época das grandes queimadas na área. Comentou atentados sofridos, no Acre, pelos Senhores Paulo Beningá de Sales, José Rente Nascimento e Geraldo Callegari, que foram emboscados e gravemente agredidos. Registrou telex recebido do Deputado Estadual Valdir Ganzer, do Pará, em que é denunciado o risco de vida que corre o Sr. Geraldo Pastana, Presidente da Câmara Municipal de Santarém, daquele Estado. Solicitou a manifestação da Casa a respeito. E o Ver. Elói Guimarães comentou a importância de que este Legislativo mantenha, em seus debates, um alto nível necessário para o bom encaminhamento dos mesmos. Destacou as discussões que vêm sendo realizadas e que ainda deverão advir com relação ao Projeto de Lei do Legislativo n° 51/89, que torna opcional o ingresso no Fundo de Previdência dos Vereadores. Defendeu a possibilidade de que os Vereadores que saírem desse Fundo recebam a devolução dos valores já descontados, devidamente corrigidos. Durante os trabalhos, o Sr. Presidente respondeu Questão de Ordem do Ver. Omar Ferri, acerca da tramitação regimental para que, em Voto de Pesar pelo falecimento do Dep. Justino Quintana, conte expressamente a adesão do PSB ao mesmo. Ainda, registrou a presença, em Plenário, do Ver. Michel Cury, de Santa Catarina. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às treze horas e dezoito minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir Fraga, Isaac Ainhorn, Clóvis Brum e Lauro Hagemann e secretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann e Wilton Araújo. Do que eu, Lauro Hagemann, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Srs. Vereadores, neste momento, nós
passaríamos para a Ordem do Dia, mas temos que suspender os trabalhos para
Pareceres da Reunião Conjunta das Comissões.
O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, antes de V. Exª suspender
os trabalhos, eu requeiro a inversão da ordem dos trabalhos, porque já
conversamos com todas as Lideranças e há anuência neste sentido e apressaria o
andamento da pauta dos Projetos que estão em tramitação na Casa.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Isaac Ainhorn, solicitando a inversão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A
seguir passamos à
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1872/88 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 009/88, que altera os limites do Corredor de
Comércio e Serviços 44, identificado no modelo espacial do Primeiro Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano e dá outras providências.
PROC.
Nº 1148/89 – SUBSTITUTIVO, de
autoria do Ver. José Valdir, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO
N° 004/89, de autoria do Ver. Luiz Braz, que regula o horário de abertura e
fechamento do comércio em geral na cidade de Porto Alegre.
PROC.
Nº 1300/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/89, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que
denomina Rua José Knijnik um logradouro público.
PROC.
Nº 1321/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 050/89, de autoria do Ver. Dilamar Machado, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Cantor e Compositor
José Bispo Clementino dos Santos - Jamelão.
PROC.
Nº 1363/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 053/89, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que
dispõe sobre intervenção do Executivo em empresas de transporte coletivo urbano
por ônibus de Porto Alegre.
PROC.
Nº 1429/89 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 007/89, de autoria da Mesa, que reajusta os vencimentos dos
funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC.
Nº 1323/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 051/89, de autoria do Ver. Dilamar Machado, que
dispõe sobre o Fundo de Previdência da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá
outras providências.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1197/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 035/89, de autoria do Ver. Wilson Santos, que
autoriza o Executivo Municipal a criar o Serviço de Prevenção de Uso de Tóxicos
e Recuperação dos Dependentes de Drogas na Secretaria Municipal de Saúde e
Serviço Social - SMSSS, e dá outras providências.
PROC.
Nº 1235/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 040/89, de autoria do Ver. Luiz Machado, que
dispõe sobre a inclusão do curso de “Relações Humanas” nas 8as séries
do 1º grau das escolas municipais e dá outras providências.
PROC.
Nº 1247/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 043/89, de autoria do Ver. Cyro Martini, que
dispõe sobre a proibição do emprego da roleta especial mecânica nos
táxis-lotação e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 1212/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 038/89, de autoria do Ver. Nelson Castan, que
estabelece a isenção do pagamento das tarifas de transporte coletivo do
Município de Porto Alegre aos excepcionais e seus acompanhantes, cadastrados
pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Porto Alegre - APAE/POA,
aos menores “carentes”, matriculados ou vinculados à Fundação Estadual do
Bem-Estar do Menor, FEBEM, e ao Movimento Assistencial de Porto Alegre, MAPA, e
dá outras providências.
PROC.
Nº 1213/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 039/89, de autoria do Ver. Nelson Castan, que
estabelece a isenção do pagamento das tarifas de transporte coletivo do
Município de Porto Alegre a todos os motoristas, fiscais, cobradores e demais
funcionários das empresas permissionárias do transporte coletivo e dá outras
providências.
PROC.
Nº 1236/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 041/89, de autoria do Ver. Luiz Machado, que
dispõe sobre a obrigatoriedade da apresentação de “Atestado Médico” para os
competidores de maratonas, meias-maratonas e corridas de rua em geral, e dá
outras providências. Com Emenda nº 01.
PROC.
Nº 1211/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 037/89, de autoria do Ver. Luiz Machado, que
declara de utilidade pública a Associação dos Moradores da Vila Restinga,
AMOVIR.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Isaac Ainhorn.
Desiste. Com a palavra, o Ver. Wilton Araújo. Desiste.
Com a palavra, o Ver. Adroaldo Corrêa. Desiste. Com a palavra, o Ver. Artur
Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu acho
que, aproveitando a presença de tantos funcionários, queria colocar o discurso
que fiz ontem para os funcionários da Casa, porque no aumento deste mês, os
funcionários da Câmara Municipal receberão cerca de 13% e os funcionários de
quadro padrão 2 e 3 receberão sobre o salário de maio. Então, será 13% para um
funcionário que ganha, por exemplo, 100 cruzados, os funcionários da Câmara e
os da centralizada no 2º e 3º padrão ganharão 142%, porque já ganharam 42 e
receberão 13% em cima disto. Os funcionários da centralizada, não. Eles serão
prejudicados, porque vão receber os 13% não sobre os 142, mas sobre os 125,
porque somente receberam 225% no mês passado e como incide sobre o salário de
maio e aquela complementação dos 42 só virá em junho, os funcionários da
centralizada serão prejudicados. Então enquanto se vota as comissões, se faz os
Pareceres, queria dizer aos senhores que, se o aumento vier como está escrito
no documento da Câmara de Vereadores igual, isto é, o mesmo percentual os
funcionários da centralizada serão prejudicados em dois meses no mínimo. O Dib
ontem disse que não, mas eu digo que sim, porque um calcula 13% sobre 142 e o
outro 13% sobre 125, durante dois meses. Mas tanto os da centralizada, quanto
os da Câmara serão duplamente penalizados, porque esta Casa aprovou o aumento
76% reconhecido pela administração municipal. A administração municipal
reconhece em lei que o IPC de janeiro e fevereiro são 76%, mas, por um projeto
aprovado nesta Casa, o pagamento será feito em momento oportuno, e o Executivo
tem dois meses para apresentar o Projeto, que se encerra no dia 12 de junho. O
cálculo, o Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vai ser feito sobre os 42, ou no
caso da centralizada sobre somente 25%, quando eu creio, e tive consultando
advogados, que o cálculo devem ser feito sobre os 76%; os 76% já foram
concedidos, somente não foram pagos, que é outro assunto, é outro processo.
Então, o cálculo dos 13%, legalmente deve ser feito sobre os 76% e alguma coisa
por cento, que é o IPC dos meses de janeiro e fevereiro, que somente foi pago
uma parcela para a Câmara, padrão 2 e 3, de 42%, aproximadamente, e para os
funcionários da centralizada de 25%. Concedo um aparte ao Ver. João Dib.
O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Vereador, não tenho procuração para defender o Executivo
Municipal, mas vou dizer a V. Exª que me preocupam os servidores municipais,
porque é muito triste o indivíduo pensar que está perdendo alguma coisa; não
foram dados os 70 e uns quebrados, foi apenas reconhecido, eles serão dados em
Projeto de Lei, a partir de 60 dias da data daquela lei que fixou o salário;
portanto, o municipário não deve se preocupar que esteja perdendo, até agora
ele não está perdendo nada, vai perder durante o mês (manifestação da platéia)
... não pedi o aplauso, nem o repúdio dos meus colegas municipários, - estou
dizendo a verdade, só se perde aquilo que já se tinha, não se tem, então, não
está perdendo. Ontem, pela quinta vez, pedi que o Executiva mandasse o reajuste
dos servidores municipais, vão perder durante um mês aqueles que não receberam
os 5 e 6%, aqueles que vão receber 12, em junho, durante um mês, o de maio, vão
perder, mas em junho se conserta, e não haverá mais erro. Então, é muito triste
pensar que alguém está me tomando alguma coisa, eu não deixo que me tomem nada,
eu brigo, e V. Exª está dizendo que estão tomando alguma coisa que ainda não
aconteceu. Só queria dizer aos servidores municipais que acho que tem direito
aos 70%, que está na lei, mas no momento em que vier o outro Projeto de Lei,
por enquanto, foi reconhecido o direito. É isto.
O SR. ARTUR ZANELLA: V. Exª está redondamente enganado em três
coisas: em primeiro lugar, não é um mês, são dois; segundo lugar, o
reconhecimento, Ver. João Antônio Dib - é que V. Exª não estava aqui em
dezembro do ano passado, quando esta Casa aprovou - e os Vereadores mais
antigos que estão aqui, Ver. Luiz Braz, Ver. Elói Guimarães, lembram que foi
aprovado em dezembro do ano passado. Os aumentos eram automáticos pelo IPC.
Qual foi o IPC de janeiro e fevereiro? Foi 70 vírgula alguma coisa em
fevereiro, o que completava 76. Logo, os funcionários têm direito ao IPC,76%,
por lei aprovada na Casa em dezembro do ano passado e não há a menor dúvida,
Vereador.
O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Até tenho defendido que não há necessidade de remessa de lei a esta
Casa, apenas a aplicação da Lei Complementar nº 176 que determinou os
bimestres.
O SR. ARTUR ZANELLA: Se V. Exª tem essa convicção, os
funcionários têm direito a 76%. O Sr. Prefeito, como não tinha recursos,
reconheceu os 76% e disse que vai pagar depois, mediante um projeto. Que os
funcionários têm que receber, têm V. Exª, Ver. Dib, tem que receber 76%? Tem, e
é verdade isso, Ver. João Dib, por favor, não diga que não é verdade, porque os
funcionários vão ser prejudicados em dois meses e é verdade, também, que já têm
direito aprovado em dezembro do ano passado. V. Exª não estava aqui em dezembro
e foi aprovado que é 76% o IPC, não é o INPC e isso dá 76%. Então, os
funcionários têm que receber 13 vírgula por cento sobre os 76%; se receberem
sobre 43%, todos da centralizada serão prejudicados e não receberão seu
dinheiro por dois meses. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Convido o Ver. Isaac Ainhorn a assumir a
Presidência para que este Vereador possa fazer uso da palavra.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Com a palavra, o Ver. Valdir Fraga.
O SR. VALDIR FRAGA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o uso de
tempo pelo Ver. Artur Zanella me obriga a este pronunciamento, rapidamente, até
para dar explicações aos funcionários da Prefeitura Municipal, que se encontram
na Casa, do porquê termos decidido dar um aumento de 13,84%, que é o reajuste
de março e abril; janeiro e fevereiro, que, todos os Senhores sabem, foi de
40,36%, foi dividido e subdividido: a Câmara pagou 25% na primeira parcela, no
mês seguinte pagou 6% e agora, no mês de maio, ela paga o restante, 5,9%. É um
cálculo que não chega aos 42%, vai a 36,90%. Em cima dos 36,90%, nós estamos
colocando para o Plenário este reajuste para maio, nos antecipando ao Sr.
Prefeito, porque ele, ao natural, também tem que dar os 13,84%. Não pode fugir
disto. Não encaminhou ainda para a Câmara. Não sei o que está pensando, mas
estamos aguardando. Estamos no caminho certo, até esperando a consideração do
mesmo, tendo em vista que ele e a sua equipe de trabalho sabem que o IPC de
março e abril é 13,84%. Não vai haver nenhuma diferença entre os salários
reajustados dos funcionários da Câmara com os dos funcionários do Executivo.
Respeitamos a posição do Ver. Artur Zanella. Por isto é que nós estamos nos
antecipando, até para que o Prefeito também se apresse, no sentido que dê tranqüilidade,
mesmo que seja pouco, mas é a verdade do IPC nestes dois meses, 13,84%, não há
nenhuma diferença entre os funcionários da Câmara e os funcionários do
Executivo municipal, até porque temos vários funcionários cedidos ao Executivo
que desenvolvem aqui na Casa um excelente trabalho.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Não para corrigir V. Exª, mas para lembrá-lo de que, como é
percentual sobre percentual, ao invés de 36,90% nós chegaremos aos 40% e alguma
coisa.
O SR. VALDIR FRAGA: Eu não tinha dúvida, mas agradeço até
para que possamos entender. Estamos explicando mais aos senhores que estão
presentes, nem tanto para os Vereadores, que já sabem, e a maioria dos senhores
e senhoras, mas para que não se saia daqui pensando que a Câmara está dando o
seu aumento. Nós ainda não demos nada. Na verdade, estamos aguardando para, de
imediato, assim que o Prefeito mandar este Projeto, nós aprovarmos com urgência
sem nenhum problema de discriminação.
O Sr. Artur Zanella: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu, evidentemente, não vou dialogar com o Presidente da Casa, mas,
veja bem, a pessoa do Executivo que ganhou cem cruzados em janeiro e fevereiro
e os da Câmara que ganharam 100 cruzados em janeiro e fevereiro; em março e
abril, o do Executivo ganhou 125%, e o da Câmara ganhou 142%. Como a mensagem
de V. Exª diz que o reajuste é idêntico ao do Executivo, que estabelece em
Projeto de Lei, que, por sinal, ainda não chegou, se calculado sobre maio, Sr.
Presidente, o do Executivo vai ganhar 141 e o da Câmara vai ganhar 160, vai ser
diferente.
O SR. VALDIR FRAGA: Nós estamos esperando é que o Prefeito,
com a sua inteligência e com a sua equipe, faça o mesmo.
O Sr. Artur Zanella: Exatamente, eu estou alertando que o Sr.
Prefeito tem que mandar diferente e não igual.
O SR. VALDIR FRAGA: Sim, mas existe aqui uma boa Bancada do
PT e um bom assessoramento do próprio Partido, que deverá estar atento. Eu
gostaria de fazer um outro esclarecimento, referente aos 76%. Os nossos
funcionários também estão pedindo, e com razão, que esse reajuste de 13,84 seja
em cima dos 76 e, não, dos 40. Então, em contato quase diário com os
funcionários, com a Entidade que representa o Conselho, nós estamos explicando
o quê? Vamos explicar para os senhores. Só nós poderemos dar em cima dos 76,
depois que o Prefeito nos responder um documento, que foi uma Emenda desta
Casa, que pede para que ele, dentro de 60 dias, nos comunique como é que ele
vai proceder para adaptar os aumentos em cima dos 76%. Eu não sei se eu estou
explicando bem. Eu gostaria de não roubar o tempo dos senhores, porque nós
temos Projetos que também nós temos que discutir e votar, mas o Ver. Artur
Zanella tem razão. Também reconheço os 76, como todos nós, só nós estamos na expectativa
de um compromisso nosso com o Executivo de nos mandar uma posição dentro de 2
meses. É exatamente isso. Mas nós queremos pagar os 76 também, assim como eu
acho que o Prefeito também deve pensar o mesmo. Mas nós todos, Vereadores,
precisamos aguardar essa posição, porque ele tem um prazo de dois meses para
nos comunicar como pretende pagar parcelado esses 76%. Era isso.
O Sr. Clóvis Brum: Nobre Ver. Valdir Fraga, eu quero
parabenizar, evidentemente com alguma suspeição porque integro a Mesa da Casa,
mas, especialmente, V. Exª. Porque um grupo de funcionários, ontem a tarde,
nesta Casa, funcionários do Executivo, defendiam a tese de que a Câmara tem que
iniciar o pagamento da remuneração, sempre a maior, para que o Executivo seja
pautado. Inclusive alguém muito ligado a Administração Municipal, eu estou
falando de uma fonte muito idônea, alguém muito da intimidade da Administração
do PT, me disse que, se a Câmara tivesse pago a gratificação dos
técnico-científicos, o Executivo teria pago também, antes de entrar na Justiça,
é claro. Nós ficamos aguardando pelo Executivo, e acabaram os funcionários
perdendo alguma coisa. E essa iniciativa de V. Exª dar uma adiantada no
pagamento dos funcionários da Câmara vai repercutir em benefício, sem dúvida
alguma, dos funcionários do Executivo. O Prefeito tem uma linha de coerência,
sabe perfeitamente que há recurso para fazer esse avanço, fará esse avanço e eu
não tenho dúvida. Meus parabéns, Vereador Presidente.
O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu havia colocado uma questão de Ordem dizendo que já, quando se
debateu a lei do reajuste, não havia necessidade da lei, que era a aplicação
pura e simples. Eu, lamentavelmente, não tive resposta a essa questão de Ordem.
Continuo pensando que não há necessidade, é a aplicação pura e simples. Agora,
eu insisto, porque acho muito triste ser roubado, lhe ser tirada alguma coisa.
Realmente, os servidores municipais, alguns deles, não todos, vão perder
durante um mês; mas, no mês de junho, todos receberão a mesma proporção - quem
recebeu 100 em janeiro e fevereiro, vai receber 159 e uns quebrados em junho.
Todos receberão iguais. Agora, volto a dizer, por Emenda de todas as Lideranças
da Casa é que se colocou 76%. E nós, ao colocarmos esta Emenda, inclusive
ouvindo o Sindicato dos Funcionários Municipais, nós fizemos com que o Prefeito
reconhecesse, e nós demos a ele o prazo de 60 dias para regulamentar essa Lei.
Os servidores, e eu sou um deles, não estão sendo lesados, tiveram reconhecido
um direito a partir do mês de junho.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Apenas para esclarecer o aparte do Ver. Antônio Dib. A matéria deve
vir a Plenário, está sendo processada, é a Questão de Ordem de S. Exª indagando
à Comissão de Justiça a auto-aplicabilidade ou não do Plano Classificados de
Cargos. A Comissão de Justiça já deu parecer, entende pela não auto-aplicação
do Plano Classificado de Cargos, porque estabelece o Plano Classificado de
Cargos a mecânica corretiva dos salários dos funcionários, mas o quantitativo
que se expressa através do IPC não pode ser deixado de fora da decisão da
Câmara Municipal de Porto Alegre. Então, todo e qualquer reajuste salarial,
mesma estabelecendo o Plano Classificado de Cargos a mecânica de reajuste, deve
passar pela Casa e deve ser objeto de Projeto de Lei. Muito obrigado.
O SR. VALDIR FRAGA: Então, Srs. Vereadores, eram estes os
esclarecimentos. Quanto aos técnico-científicos, o Prefeito silenciou no
momento em que foi rejeitado o Veto nesta Casa. A Presidência da Casa promulgou
a Lei, pois consta, no Regimento e na Lei Orgânica, essa obrigação nossa. O
Prefeito, então, entrou na Justiça e nós estamos dependendo do resultado para,
então, cumprir a Lei e pagar os funcionários. Mas, primeiro, temos que receber
o resultado da Justiça referente aos técnico-científicos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Neste momento, suspendemos os trabalhos
da presente Sessão e convidamos o Presidente da Comissão de Justiça para
assumir os trabalhos e dirigir a reunião conjunta das Comissões, onde serão
discutidos Pareceres a serem votados. Logo a seguir, retornaremos à Sessão
Ordinária de hoje, quando entraremos na Ordem do Dia.
(Suspendem-se
os trabalhos às 10h19min.)
O SR. PRESIDENTE (Clóvis Brum - às
10h30min): Solicitamos
ao Sr. 1º Secretário que faça a chamada nominal dos Senhores Vereadores para
verificação de “quorum”.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Faz a chamada.) Há “quorum”, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO SECRETA –
URGÊNCIA
PROC.
Nº 1322/89 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 014/89, que adapta o Plano Classificado de Cargos
dos funcionários do Departamento Municipal de Água e Esgotos aos dispositivos
da Lei nº 6.309, de 28.12.1988 e dá outras providências.
Parecer
Conjunto:
-
da CJR, CFO, CUTHAB e COSMAM. Relator Geral, Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Airto Ferronato para discutir.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meus
colegas funcionários públicos, evidentemente que vamos votar favoravelmente a
este Projeto, todavia, não poderia deixar de me pronunciar, neste momento, até
mesmo em função de que, na semana passada, havia falado sobre este Projeto,
especificamente. Com referência a este Projeto do DMAE, voltamos a dizer que
existem, naquele órgão, funcionários aprovados em concurso para os cargos de
assessor-administrativo e tesoureiro e que esses cargos estão sendo, agora,
extintos. Trinta e cinco dos quarenta cargos de assessor-administrativo estão
sendo extintos, assim como 7 cargos de tesoureiros, o que reduz de 40 para 5 os
cargos de assessor-administrativo e de 15 para 9 os cargos de tesoureiro. Logo
após o pronunciamento que fiz, naquela oportunidade, o Ver. João Dib veio a
esta tribuna e colocou, com propriedade, que esses cargos já haviam sido
extintos em época anterior e que, em 1988, haviam sido recriados 35 cargos de
assessor-administrativo e 6 cargos de tesoureiros e que ora estão sendo
extintos. Procede a informação do nobre Vereador, porém, quero deixar
registrado que se tais cargos foram recriados em 1988 e se isso preocupa-nos,
não tem nenhum envolvimento o funcionário público eis que, se eles foram
criados, foram criados pela administração anterior e nós não podemos deixar de
registrar que o funcionário público, no caso do DMAE, aprovado no concurso
público vai ser, vai sofrer prejuízos com isso uma vez que foram aprovados no
concurso, foram criados cargos, nós não entramos no mérito da criação, até
mesmo porque ao funcionário público, o funcionário não participa desta criação,
registrando apenas esse fato.
Mantenho
a minha posição de que a extinção destes cargos vai prejudicar um pequeno grupo
de funcionários que prestou concurso público interno. Era o registro que queria
fazer, dizendo que, evidentemente, o Projeto no seu todo tem mérito. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação o PLE
nº 014/89.
Convido os Vereadores Edi Morelli e Luiz Machado para escrutinadores, uma vez que a votação é secreta.
Solicito ao Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.
O SR. SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada.) Votaram 26
Srs. Vereadores, Sr. Presidente.
(É procedido o escrutínio.)
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PLE nº 014/89 por 26 votos SIM.
Sobre
a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Flávio Koutzii, solicitando seja o PLE
nº 014/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final,
considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC.
Nº 1359/89 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 015/89, que adapta o Plano de Carreira dos
Funcionários do Departamento Municipal de Habitação aos dispositivos da Lei nº
6.309, de 28.12.1988 e dá outras providências.
Parecer
Conjunto:
- da CJR, CFO e CUTHAB. Relator Geral, Ver. Elói
Guimarães: pela aprovação
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais quem queira discutir,
passaremos à votação do PLE nº 015/89.
Convido
os Vereadores Lauro Hagemann e Clóvis Brum para escrutinadores, uma vez que a
votação é secreta.
Solicito
ao Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a
votação.
O SR. SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada.) Votaram 28
Srs. Vereadores, Sr. Presidente.
(É procedido o escrutínio.)
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PLE nº 015/89 por 28 votos SIM.
Sobre
a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Flávio Koutzii, solicitando seja o PLE
nº 015/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação
Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC.
Nº 1360/89 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 016/89, que adapta o Plano de Carreira dos
Funcionários do Departamento Municipal de Limpeza Urbana aos dispositivos da
Lei nº 6.309, de 28.12.1988 e dá outras providências.
Parecer
Conjunto:
- da CJR, CFO e CUTHAB. Relator Geral, Ver. Flávio
Koutzii.
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais quem queira discutir,
passaremos à votação do PLE nº 016/89.
Convido
os Vereadores Vieira da Cunha e Vicente Dutra para escrutinadores, uma vez que
a votação é secreta.
Solicito
ao Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a
votação.
O SR. SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada.) Votaram 30
Srs. Vereadores, Sr. Presidente.
(É procedido o escrutínio.)
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PLE nº 016/89 por 30 votos SIM.
Sobre
a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Flávio Koutzii, solicitando seja o PLE
nº 016/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação
Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC.
Nº 1183/89 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 013/89, que autoriza o Executivo Municipal a
abrir crédito especial, no valor de NCz$ 194.000,00 e dá outras providências.
Parecer
Conjunto:
- da CJR, CFO, CUTHAB e COSMAM. Relator Geral, Ver. Elói Guimarães: pela aprovação
O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Em discussão. (Pausa.) Encerrada a
discussão. Em votação. (Pausa.)
Para
encaminhar, a palavra com o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vou
votar favorável a este Projeto, mas não a favor da forma como foram contratados
esses funcionários porque é absolutamente ilegal. Não tem a menor justificativa
a admissão de pessoas, dentro de época eleitoral, onde era proibido, por carta-contrato.
As cartas-contrato são feitas para que quando um especialista, vamos supor um
economista, um engenheiro, faça o projeto, determinado o trabalho e a entrega
seja feita, ele receba e se retire. Carta-contrato não pode ser utilizada para
a contratação de médicos que vão atuar no atendimento direto aos pacientes e
muito menos, para auxiliar de enfermagem, assistentes-administrativos e cinco
enfermeiros. Isso é absolutamente ilegal! Vejo o Ver. Dib falar em emergência,
se houve emergência decreta-se calamidade pública ou coisa que o valha, mas não
pode haver contratação por carta-contrato para esse tipo de profissional. São
os bóias-frias da medicina, não recebem INPS, não contam tempo de serviço e
duvido que o Tribunal de Contas aceite esse tipo de contrato que, pela
afirmação do Sr. Prefeito, diz que oportunamente quando houver nomeação através
do concurso, os contratos indispensáveis momentaneamente, serão dispensados.
Carta-contrato é a mesma coisa que a contratação de uma pessoa jurídica. Isso já
houve no Município, chamava-se serviços de terceiros, foi extinto em 1975 por
mim quando era Secretário da Administração do Município, que eram os famosos
contratos por serviços, o Ver. João Dib talvez se lembre, até pedreiros eram
contratados como serviço de terceiros. Então, vou votar a favor porque essas
pessoas já estão trabalhando, médicos são necessários, agora que a forma de
contratação foi a pior possível foi e de mais a mais se foi uma emergência, uma
calamidade pública, isso deveria ser declarado de utilidade pública e
convocadas essas pessoas. Por exemplo, na contratação desses técnicos
paulistas, o pagamento das diárias lá no Plaza, etc., ao menos deveria ter um
simulacro, deveria ter um decreto de calamidade pública, sendo que a Prefeitura
achou que essas pessoas iriam ajudar a resolver esse problema, quando, na
verdade, a calamidade pública foi a vinda dessas pessoas, mas ao menos haveria
um simulacro de legalidade e iríamos discutir se o assunto seria de calamidade
ou não. Neste caso nem isso existe, este caso é uma contratação pura e simples
depois das eleições e em período eleitoral e como não pode haver contrato por
CLT, que é proibido, se contratou por carta-contrato, o que, repito, se fosse
para um serviço específico como um advogado, para apresentar um parecer sobre
um determinado assunto ou um engenheiro para fiscalizar determinadas marquises
ou dar um parecer sobre a construção de um prédio, tudo bem, se discutiria,
ainda que não fosse época eleitoral, agora contratar assistente administrativo
por carta-contrato, tenham dó...
Então,
eu peço ao Sr. Prefeito Municipal que pague essas pessoas regularmente mas se
elas forem necessárias abram concurso imediatamente, principalmente, para os
médicos e auxiliares de enfermagem ou enfermeiros, porque assistente
administrativo, com todo respeito... Então, uma Prefeitura que fiz que tem
cinco mil funcionários excedentes ou até ociosos não se justifica a contratação
por carta-contrato de cinco auxiliares de administração, ressalvando
evidentemente que quem disse que existe cinco mil funcionários ociosos foi a
atual administração e a contratação foi feita na Administração anterior. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo inscrito pelo PMDB, Ver. Airto
Ferronato.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
encaminhando o presente Projeto, Processo n° 1.183, que autoriza o Executivo
Municipal a abrir créditos especiais, no valor de NCz$ 194.000,00.
Primeiramente, nós devemos deixar consignado que créditos especiais são aqueles
acréscimos autorizados no Orçamento Municipal, pela não previsão de tais gastos
quando da elaboração do Orçamento. Por quê? Porque aqueles créditos especiais
que se abrem para aumentar dotações orçamentárias já previstas no Orçamento são
os créditos suplementares. Então, em primeiro lugar, nós queremos deixar
registrada a nossa preocupação em função das afirmações do nosso Ver. Zanella,
eis que, se estes contratos já haviam sido efetuados ou executados alguns
trabalhos antes, no período anterior, isso aí deveria no mínimo constar do
Orçamento. Não caberia, portanto, crédito especial, mas sim, crédito
suplementar. Também queremos registrar que, tratando-se de crédito especial,
orçamentariamente está correta a forma de, em primeiro lugar, ser apreciada e
aprovada pelo Legislativo a abertura de tais créditos, diferentemente, por
óbvio, dos créditos extraordinários.
Quanto
ao mérito, nós vemos o seguinte: nós estamos, num primeiro momento, retirando
recursos aplicados em despesas de capital, em investimentos, 41.10 e se
alocando recursos em despesas de custeio, 31.13. Num período em que se fala
tanto que as áreas públicas não têm destinado recursos a investimentos e têm
levado quase que a totalidade destes recursos orçamentários para custeio, nós devemos
fazer este registro de que áreas de investimentos são também necessárias e
interessantes, urgentes para a vida da cidade de Porto Alegre.
Todavia
esta restrição que se faz até perde o conteúdo quando vemos para onde irão ser
alocados estes recursos. Estes recursos vão ser alocados na área da saúde e
serviço social, remuneração de serviço de pessoal. O que nos parece que desta
forma este nosso argumento deixa de existir, eis que é, evidentemente,
prioridade atender-se à saúde e o serviço social.
Então
nós vamos retirar 194 mil cruzados de obras e instalações do sistema unificado
e descentralizado de saúde para se alocar recursos em remuneração de serviço de
pessoal, para profissionais da área médica.
Está
correta, também, a forma de se mencionar de onde nós retiramos estes recursos.
Por isso é que votamos favorável ao Parecer Conjunto nº 09/89, onde diz o
seguinte: “o mérito é indiscutível, dado tratar-se de cumprir compromissos
financeiros em áreas de extrema relevância, ou seja, saúde pública da nossa população.”
Ainda
devemos dizer que se continuar - e faltam dados nas justificativas apresentadas
à Câmara - há necessidade desses serviços, que se faça imediatamente concurso
público porque esta é a única forma capaz de atender-se estes critérios e há
necessidade social, inclusive. Por isso, nós do PMDB, vamos votar favorável,
com restrições, eis que precisamos saber a necessidade ou não deste pessoal
continuadamente, que se faça imediatamente concurso público. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Vieira da Cunha
para encaminhamento.
O SR. VIEIRA DA CUNHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero
dizer ao Ver. Artur Zanella e ao Ver. Airto Ferronato, que em tese têm razão,
ou seja, é desaconselhável, em regra, que o Administrador público se utilize
desse expediente, a carta-contrato de servidores, para prestar seus serviços
profissionais ao Município. Mas eu quero lembrar aos Vereadores que, nesse caso
específico, essas contratações se originaram de uma grande mobilização da
comunidade da Grande Cruzeiro. E me lembrava o Ver. Heriberto Back que isso
ocorreu no final do ano passado a partir do mês de setembro, em que havia uma
exigência de toda aquela comunidade, uma pressão popular, no sentido de se
dotar o Postão da Vila dos Comerciários de condições mínimas de atendimento
àquela comunidade. E é claro, como lembra o Ver. Artur Zanella, que ainda nessa
época estávamos sob a vigência da Legislação Eleitoral, que proibia as
contratações.
Não
teve, portanto, o Sr. Prefeito Alceu Collares outro caminho senão o de
utilizar-se deste expediente da carta-contrato, quer seria condenável se essa
fosse a regra das contratações do Município. Mas, não, essa é uma das exceções
plenamente justificáveis, haja vista que se trata, como bem anotou o Parecer
prévio da Comissão Conjunta, de um serviço público essencial, de um atendimento
de saúde de urgência do Posto da Vila dos Comerciários, aqui na Região da
Grande Cruzeiro.
Portanto,
Sr. Presidente, a Bancada do PDT encaminha favoravelmente, e lembrando ao Ver.
Artur Zanella e ao Ver. Airto Ferronato, que essa é uma exceção plenamente
justificável, dada as características que originaram as referidas contratações.
Sou grato.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, o Ver. Mano
José. Ausente. Para
encaminhar, com a palavra, o Ver. Giovani Gregol pelo PT.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
encaminhamento do processo nº 1183/89, que autoriza o Executivo Municipal abrir
crédito especial, no valor de 194 mil cruzados novos, e dá outras providências.
É um Projeto de Lei de suma importância para a população da cidade de Porto
Alegre. Já foi testemunhado aqui que estas contratações, na forma de
carta-contrato, foram feitas ainda na administração passada, mais precisamente
ao final, em dezembro, momento pós-eleitoral, mas no qual vigia ainda a
legislação eleitoral que vetava, não permitia a contratação normal por
contrato, como é a regra e como todos queremos seja feita. Mas a situação de
urgência e de carência extrema na área da saúde daquela população, de todas as
vilas que compõem a Vila Cruzeiro e a grande Glória, perfazendo mais de trinta
vilas, uma grande percentagem da população de Porto Alegre, que tinha uma luta
histórica, antiga daquelas comunidades, de que o Posto de atendimento médico da
Vila dos Comerciários, também conhecido como Postão da Vila Cruzeiro, prestasse
o pronto atendimento médico que até então ele não prestava, razão pela qual o
índice de mortalidade daquela população localizada exatamente ali,
geograficamente, era o maior do Estado do Rio Grande do Sul. Inclusive o índice
de mortalidade infantil daquela região da Cidade ainda é o maior índice de
mortalidade do Estado e o índice de mortes em trânsito - visto que é uma
população carente e que tem dificuldade de pagar um táxi - também era
extremamente alto. Visto esta situação, aquelas comunidades se mobilizaram, em
setembro, ainda, do ano passado, e ocuparam aquele Posto de Saúde, o que foi
amplamente noticiado pelos meios de comunicação e conquistaram, através da sua
luta, da população organizada, esta reivindicação, que o Postão da Vila
Cruzeiro passasse a prestar pronto atendimento. O Governo Alceu Collares foi
sensível a estas pressões justas e legítimas da população. A Carta Contrato,
que está sendo aqui debatida, é uma exceção e um instrumento provisório, ela
vige até o momento em que se farão, segundo a Lei, os concursos e a nossa
Administração vai fazer oportunamente estes concursos. Portanto, nós
consideramos que está plenamente justificada a aprovação do encaminhamento
favorável a este Projeto de Lei, porque aquela população que sofria, que ainda
sofre, e que passou a sofrer menos, porque passou a ter um atendimento de
saúde, de urgência, coberto, atendido através desta providência de contratação
de médicos, de auxiliares de enfermagem, de outros profissionais necessários
para sanar aquele problema, não podem deixar de receber os seus salários e
prestarem seus serviços. É o que vai acontecer, se esta Casa não aprovar este
Projeto de Lei. Inclusive, devido ainda a não aprovação e o nosso Governo fez
questão de trazer a esta Casa para apreciação este Projeto da forma mais
transparente possível, coerente com o nosso discurso, com a nossa prática,
estes profissionais que estão alguns deles com seus salários atrasados vão ter
que deixar de trabalhar ou trabalhar de forma bastante prejudicada visto que
não recebem e não receberão, principalmente, os seus próximos salários. E esta
situação toda, inclusive, acontece, porque, hoje, o Governo Estadual não
repassa ao Município na quantidade suficiente e acordada, desejada, as verbas
do Sistema Unificado e Centralizado de Saúde as quais o Município tem direito.
Esta Rubrica que nós vamos aprovar, hoje, supre parcialmente esta necessidade e
cumpre as expectativas principalmente daquela população mais pobre da Cidade
que vive no entorno do Posto de atendimento médico da Vila dos Comerciários.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Mano José.
O SR. MANO JOSÉ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vimos
aqui discutir, sem dúvida, trazer o encaminhamento favorável à aprovação desta
solicitação por parte do Executivo. Agora, sem dúvida, nós, como médicos nos
perguntamos, incessantemente, ao ler e estudar este projeto, de ver que nós
temos por parte da Administração a informação que existem cinco mil ociosos no
Governo Municipal. Destes cinco mil ociosos, nós perguntamos, será que em cinco
mil não arrumaríamos quinze que pudessem ser auxiliares de enfermagem?
Ver.
Giovani Gregol, também componente da Comissão de Saúde desta Casa, nós temos a
seguinte informação: que existe o concurso público nº 222, realizado em 1988,
onde temos vários enfermeiros, posso citar o nome de uma enfermeira que está
muito ansiosa para ver esta sua classificação ser efetivada dentro da
Prefeitura, a enfermeira Oniza Porto, que espera, até hoje, a sua nomeação.
Temos também o concurso interno da Secretaria da Saúde do Município de 1988,
que também aprovou vinte e um dos seus funcionários, funcionários estes do
quadro da Secretaria da Saúde, que desempenham funções burocráticas e que no
entanto têm o curso de Auxiliar de Enfermagem e estão lá aguardando também a
homologação deste concurso. Então, nós começamos a nos perguntar, se existem cinco
mil ociosos, acreditamos que pelas nossas contas, 15, 18 médicos, também
existem lá, com concurso público esperando que sejam chamados ou então
esperando a homologação para que fossem lotados em algum lugar da Secretaria da
Saúde. Nós não conseguimos entender o porquê da carta-contrato ainda estar em
vigência. Mas nós aqui vamos encaminhar favoravelmente e vamos contar com a
sabedoria, com a grande competência da nossa Secretaria da Saúde do Município
para que este tipo de situação não venha novamente a passar pela Câmara e que
nós consigamos dentro da Secretaria do Município, oferecer o melhor serviço,
com os melhores profissionais, ou seja, aqueles que foram contratados e que têm
nos seus currículos os primeiros lugares nestes concursos. Sou grato.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. Em
Votação. Os Srs. Vereadores que aprovam o PLE nº 013/89 permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Flávio Koutzii, solicitando seja o PLE nº 013/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.:
Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)
O SR. LAURO HAGEMANN: Peço a palavra, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: V. Exª está com a palavra.
O SR. LAURO HAGEMANN: Para um Requerimento Sr. Presidente.
Solicito destaque na votação de Requerimento de minha autoria, que agora
entrego à Mesa.
O SR. PRESIDENTE: Em votação a solicitação de destaque para
o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Lauro Hagemann, solicitando Voto de
Pesar pelo falecimento de Ateu Carreta (Boró). (Pausa.) Encaminha o autor.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não é
praxe minha encaminhar Pedidos de Voto de Pesar e nem de Congratulações, mas
apresentei um Voto de Pesar que será votado pela Casa pelo falecimento de um
cidadão que pela extravagância do nome esconde uma personalidade curiosa, Ateu
Carreta, mais conhecido como Boró. Faleceu aos 85 anos de idade e era o mais
antigo militante do Partido Comunista Brasileiro em Porto Alegre, tinha 62 anos
de militância. Entrou para o Partido na segunda metade da década de 1920, logo
após a fundação do Partido e por todo esse período, atravessando as fases mais
oscilantes da história brasileira, ele permaneceu ligado ao Partido Comunista.
Essa personalidade era praticamente desconhecido, mas, a Cidade, ou, as
cidades, escondem personalidades desse tipo que é preciso que a gente recorde,
que faça vir a tona a existência dessas pessoas para que se humanize um pouco
essa nossa atividade tão voltada para as coisas imediatas.
A
Casa do Boró era uma sede permanente dos comunistas. A porta sempre aberta, a
mesa sempre posta e sempre com um lugar para algum perseguido pernoitar.
Boró
desaparece aos 85 anos deixando uma família numerosa, filhos, filhas, netos, e
quem sabe até bisnetos, que não me lembro, mas era uma dessas personalidades
que a Cidade deve resguardar a sua memória com muito carinho. Por isso é que
peço que a Casa aprove e, tenho certeza que o fará, esse Voto de Pesar pelo
desaparecimento do Boró. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Temos
o prazer de receber em nosso Plenário nosso amigo Michel Cury, que se encontra
representando a União dos Vereadores de Santa Catarina e participando do
encontro de Presidentes de Câmaras Municipais em Porto Alegre.
Temos
muito prazer em receber S. Exª em nosso Plenário nos colocando à sua inteira
disposição.
Sobre
a mesa, ofício do Sr. Prefeito Municipal. Solicito ao Sr. Secretário que o leia
assim como o PDL nº 012/89.
O SR. SECRETÁRIO: (Lê.)
“Of. nº 417/GP Paço dos
Açorianos, 18 de maio de 1989.
Senhor
Presidente:
Dirijo-me
a Vossa Excelência para solicitar, nos termos do artigo 61, da Lei Orgânica,
autorização desse Egrégio Legislativo para afastar-me do Município, no dia
22-5-1989, a partir das 19:30h, com retorno previsto para dia 23-5-1989, às
23:30h, a fim de viajar a São Paulo, onde participarei do Seminário
Internacional Sobre Poder Local, promovido pelo Centro de Estudos de Cultura
Contemporânea - CEDEC, Departamento de Ciência Política da FFLCH/USP e
Prefeitura Municipal de São Paulo, como expositor do tema: Diagnóstico e
Propostas da Nova Administração de Porto Alegre.
Informo,
outrossim, que a viagem é sem ônus para o Município, devendo as despesas serem
custeadas pelo CEDEC.
Aguardo
o favorável pronunciamento dessa Colenda Casa, envio a Vossa Excelência meus
cordiais cumprimentos.
(a) Olívio Dutra, Prefeito.”
“Parecer
nº 113/89 - CJR
Vem
para Parecer, o Proc. nº 1474/89, Interno, originado pelo Of. nº 417/GP, de 18
de maio de 1989, através do qual o Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre
solicita autorização para afastar-se do Município no próximo dia 22-5-1989, a
partir das 19:30h, com retorno previsto para dia 23-5-1989, às 23:30h, a fim de
viajar a São Paulo, para participar do Seminário Internacional Sobre o Poder
Local.
O
requerido é legal e regimental. Cumpre mandamento Orgânico do Município.
Pela
aprovação, com o Projeto de Decreto Legislativo nº 12/89.
Sala da
Comissão, 19 de maio de 1989.
Ver. João Motta - Relator
Aprovado pela Comissão em 19/5/1989.”
“Projeto
de Decreto Legislativo
Autoriza o Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre a
afastar-se do Estado, nos dias 22.05.1989 e 23.05.1989 para realizar viagem a
São Paulo.
Art.
1º - Fica o Prefeito Municipal de Porto Alegre, Bel. Olívio Dutra, autorizado a
afastar-se do Estado, no dia 22.05.1989, às 19h30min, com retorno previsto para
o dia 23.05.1989, às 23h30min, a fim de viajar a São Paulo, para participar do
Seminário Internacional Sobre Poder Local, sem ônus para o Município.
Art.
2º - Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação.
Art.
3º - Revogam-se as disposições em contrário.”
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Com a palavra, o Ver. Artur
Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, voto a
favor, com louvor, esta viagem do Sr. Prefeito. Finalmente S. Exª vai tratar de
um assunto de interesse público. As outras vezes, todas eram para a Campanha do
Sr. Lula para Presidente da República. Esta vez ele vai fazer um debate sobre
os projetos e programas da Prefeitura Municipal. Sou favorável. E peço à Liderança
do PT que, por favor, encaminho para os Srs. Vereadores, uma cópia desta
palestra, já que o Sr. Prefeito Municipal não tem plano de governo, ao menos do
conhecimento desta Casa, não apresentou até hoje o que pretende fazer na
Prefeitura. Gostaria que fosse distribuída uma cópia aos demais Vereadores para
que soubessem do Plano de Governo de S. Exª. Porque o documento que recebi,
dizendo que era o Plano de Governo do Sr. Prefeito, referia-se não a isto, mas
a uma Exposição que seria entregue a investidores do exterior, ou coisa que o
valha.
Então,
voto a favor, mas pedindo, por favor, uma cópia do pronunciamento, para saber,
afinal de contas, o que o Sr. Prefeito Municipal pretende fazer de Porto
Alegre, nos próximos quatro anos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Para encaminhar,
com a palavra, o Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
realmente, de tanto bater na mesma tecla se acaba afinando o ouvido e
produzindo efeitos. Vejo que já no quinto mês de administração do Prefeito
Olívio Dutra, sendo esta a sua 14ª viagem, me parece, é a primeira para
participar, pronunciar palestra sobre a Administração.
Acho
que o Prefeito Olívio Dutra, em nome da cidade de Porto Alegre, vai dar uma
contribuição importante, não só aos demais Administradores que certamente
estarão no conclave, como também ao representar a cidade de Porto Alegre.
Acredito,
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que iniciativas como estas justificam
plenamente, e até nos orgulham de ver o nosso Prefeito, o Prefeito da Cidade da
qual somos Vereadores, da qual somos munícipes, proferindo uma palestra sobre
Administração. Vai o encaminhamento favorável e vai uma manifestação para o PT
não ficar falando nos corredores, que nós sempre somos contra, sempre encaminha
contra as licenças do Prefeito. Pois esta 14ª licença terá o nosso
encaminhamento favorável.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte?
O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece, ao Ver. Luiz Braz, que
o Ver. Clóvis Brum está falando em tempo de encaminhamento.
O Sr. Luiz Braz: Sr. Presidente, mas a discussão não foi
encerrada.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa se penitencia para com o Ver. Luiz
Braz, e comunica que efetivamente o Projeto de Decreto Legislativo, neste
momento, encontra-se em Discussão.
O SR. CLÓVIS BRUM: Cedo o aparte a V. Exª, Ver. Luiz Braz.
O Sr. Luiz Braz: Ver. Clóvis Brum, como eu não vou ocupar
a tribuna, porque nós vamos votar favoravelmente, mas faço um aparte a V. Exª
no sentido de que nós gostaríamos, como membros da Câmara Municipal, de
recebermos uma cópia da tese que vai ser defendida pelo Prefeito Olívio Dutra,
nesse encontro que ele vai fazer em São Paulo. Em termos de Administração
Pública, que é o tema que leva, talvez possa nos ajudar.
Ver.
Clóvis Brum, como não vou usar o meu tempo, posso me inscrever e cedê-lo a V.
Exª, caso o meu aparte tenha atrapalhado V. Exª.
O SR. CLÓVIS BRUM: Nobre Ver. Luiz Braz, os seus brilhantes
apartes nunca atrapalham meus pobres pronunciamentos, pelo contrário, os
enriquecem e a hora é ainda maior, quando parte a solicitação de um aparte do
Ver. Flávio Koutzii, eminente Líder do PT.
O Sr. Flávio Koutzii: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu vejo que as viagens do Prefeito têm também uma utilidade
complementar que permitem uma espécie de catarse de vários Vereadores, que
aproveitam a oportunidade para fazer um balanço sucinto sobre a administração,
injusto, precoce se temos ou não plano de governo. Então, não gostaria de
perder a oportunidade de sublinhar que esta preocupação de todos seja prevista
e presente, sobretudo, quando tratarmos da questão orçamentária, por que sabem
perfeitamente que há a questão, hoje, da ausência de recursos que bloqueia uma
série de iniciativas.
O SR. CLÓVIS BRUM: Quero finalizar, dizendo aos companheiros
que me apartearam e que se manifestaram sobre a remessa de cópia do
pronunciamento do Prefeito de que eu, particularmente, dispenso a remessa, por
que, como o Prefeito vai falar sobre administração pública, e eu conheço a
administração do Prefeito, agradeço a remessa, pois estou assistindo,
dia-a-dia, de sua administração e que, evidentemente, sua palestra deve ser em
cima de sua experiência administrativa. Por isso, encaminho favoravelmente, sem
o pedido de cópia do pronunciamento, por que, repito, a ação do Prefeito,
notadamente, na área do transporte coletivo, é uma prova cabal, incontestável
do que deverá ser dito, quando abordar o assunto, se o abordar. Mas acho que
rigorosamente a gente fica contente com esse pedido de licença do Prefeito.
Fora de qualquer corrente partidária, acho que a participação do Prefeito num
conclave desse nível engrandece a Cidade e justifica a sua ascenção à função de
Prefeito da Cidade, ungido pelo voto popular. Eu respeito muito a vontade do
povo. Acho que neste momento o Prefeito deverá receber não só o voto favorável,
como a solidariedade e tenho certeza de que o que o Prefeito irá colocar em sua
palestra irá também colocar em prática nesta Cidade. Eu não tenho dúvida disto,
Ver. Adroaldo Streck e Ver. Flávio Koutzii. Não tenho dúvida, tudo o que o
Prefeito vai dizer nesta Palestra, vai tocar em prática aqui. Ver. Ferronato,
não se preocupe, tudo o que ele disser, ele volta e toca na Administração.
O Sr. Adroaldo Corrêa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Sr. Ver. Clóvis Brum, gostaria de concordar com o pronunciamento de
V. Exª no sentido de encaminhamento favorável à votação e lembrar, sem qualquer
restrição ao homônimo, tenho outro sobrenome, meu nome é Adroaldo Corrêa.
O SR. CLÓVIS BRUM: Ver. Adroaldo Corrêa, agradeço o aparte e
concluo, Sr. Presidente, dizendo que desejamos que iniciativas como esta,
partindo do Prefeito da Cidade, se repitam. Acho que é uma contribuição muito
importante não só para a imagem de Porto Alegre como, também, para a imagem do
Prefeito da cidade de Porto Alegre. Por isso, encaminhamos favoravelmente na
certeza de que a 14ª viagem do Prefeito, a primeira que justifica a sua saída,
leva o nosso voto favorável. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Nereu D’Ávila.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu
lamento não poder participar da mesma opinião do Ver. Clóvis Brum, desta feita,
porque pelas circunstâncias de nós não estarmos permanentemente nesta Casa, é
óbvio que nós permanentemente estamos com mais tempo em contato com as pessoas
das ruas, como o que ocorre na nossa Cidade. E eu até gostaria de elogiar aos
nobres Vereadores que aqui estão, na titularidade, pela observância, na viagem
anterior, de S. Exª, o Sr. Prefeito, pela crítica construtiva de que
efetivamente se coaduna com a opinião popular que o Prefeito está-se afastando
demais da cidade de Porto Alegre. Não que ele não possa fazê-lo. Eu acho que
evidentemente mais este afastamento será aprovado. Claro que poderá fazê-lo, o
que os Srs. Vereadores observaram que a população clama, é que não seja
descurada, como está, a administração de Porto Alegre, mas a opinião corrente,
em Porto Alegre é que não tem sequer nenhum setor que esteja funcionando igual
à Administração passada.
Eu até tenho observado que talvez a Secretaria de Cultura esteja patrocinando e procurando, pelo menos no que se pode acompanhar pelos jornais, o mesmo ritmo do governo passado. Mas no demais é uma catástrofe. As praças, a partir do Marinha do Brasil, a sujeira desta Cidade e o Ver. Vieira da Cunha falaria com mais autoridade, não estão no ritmo da manutenção do corte e da desobstrução das ruas, para falar num setor que a população mais clama. O transporte, a Câmara tem acompanhado, até existe uma comissão interna sobre as famosas fichas e a população acompanha o descalabro. Então, não é que o prefeito não possa ausentar-se, absolutamente, é que é sempre para São Paulo, é que é sempre para a política, é claro que é nos fins-de-semana, é óbvio e sem o ônus. Acontece que quem participou da administração e está aqui o ex-Prefeito João Dib que já foi de tudo nesta Cidade e agora volta ao honrar o Parlamento da Cidade. Ele sabe e nós mais recentemente sabemos que até a titularidade de uma Secretaria absorve, seja ela do DMLU, da SMIC, que nós participamos, absorve de uma maneira contundente, de uma maneira incrível e nós da administração passada, que fomos Secretários, nos fins-de-semana, exatamente, nós tínhamos que nos unir para conversar, para trocar idéias, quando não da Liderança do Prefeito, em grupo porque sempre havia Secretarias afins que tinham um projeto ou alguma coisa que estava pendente, mas, normalmente o Prefeito estava presente porque naturalmente tem que dar a sua opinião abalizada e a sua influência direta sobre a política de todas as Secretarias. Então, para nós causa espécie esta enormidade de ausências do Prefeito. Agora, aqui, o Seminário Internacional sobre o poder local. Se é sobre o poder local, é o de lá, senão ele não se deslocaria. Então, com todo o respeito, creio que Porto Alegre não está recebendo do seu titular toda a atenção que merece. Até digo mais, depois que o ritmo da administração e no nosso caso conseguimos deslanchar a partir de um ano ou um ano e meio, ou seja, que aqueles projetos prioritários comecem a tomar corpo e aquela política, por exemplo, a educacional teve prioridades, começar-se as construções dos CIEMs, enfim, depois do Governo tomar o seu rumo do segundo até o quarto ano, no nosso caso infelizmente tivemos só três, aí ainda que naturalmente até por que a máquina está já direcionada para uma, duas, três ou dez questões prioritárias, aí até se admitiria esta enormidade de ausência, mas sinceramente quando está no começo e aqui a Administração resolveu investir, por exemplo, no transporte, achou que deveria consagrar-se através da intervenção e possível encampação de alguma empresa. Deu-se mal na Justiça, na questão da ATP, enfim, não foi o que a Administração imaginou, então mais um argumento para que essas questões que a população reclama, reclama e reclama fiquem sem a presença do titular.
O Sr. Gert Schinke: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu pedi um aparte porque eu confesso não ter percebido bem a sua
explanação, nobre Vereador, insiste em dizer que o estado em que se encontra
hoje a Administração Popular, está muito pior daquele recebido. Eu realmente
confesso, não entender bem, porque eu tenho informações, por exemplo, da SMAM,
que nós recebemos, que nós herdamos lá um maquinário de propriedade da SMAM
completamente sucateado, não existia nem, das quatro ou cinco moto-serras,
nenhum funcionava. Então nós tivemos que comprar peças para colocar em
funcionamento essas moto-serras para cortar esses galhos que andam por aí. O
DEMHAB, parece que tem seis caminhões, parece que só o carro-pipa funcionava.
Então eu não entendo bem onde é que o nobre Vereador quer chegar, para fazer
essas constatações parece que não confere com a realidade, daquilo que a gente
recebeu da Prefeitura.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Vereador, foi muito bom o seu aparte.
Porque exatamente eu tenho lido nos jornais essa questão, Vereador, e vamos
colocá-la nos devidos termos. Eu até admito a veracidade disso, mas, Vereador,
essa não é uma questão de hoje, Vereador. Eu me lembro que quando eu assumi a
SMIC, tinham sete tratores sempre na oficina, ficavam três. E quando saíam à
estrada, a oficina era lá no CADE, portanto, longe, eles se quebravam. Mas sabe
porque, Vereador? Porque eles eram velhos, se V. Exª tiver um carro 1988, é
evidente que V. Exª terá muito menos trabalho com o carro do que se tiver um
carro 1975. Então é claro que isso é uma sucessão, que nós recebemos, digamos
assim, para argumentar. Se nós recebemos um parque de máquinas com 40% de
defasagem e durante três anos nós usamos e naturalmente essas máquinas já
estavam velhas, ficaram mais velhas e piores. Então é evidente que isso aí não
pode ser o argumento de que por isso não faz a limpeza das ruas, porque o trator
da SMAM ou a serra está quebrada. Ora, Vereador, nós temos que analisar que a
enxada ou o trator que hoje está velho, quando estava conosco também estava.
Por quê? Porque à medida em que as gestões se sucedem, a compra de novos
equipamentos cada vez fica mais difícil. Por quê? Porque à medida em que a
inflação aumenta, a defasagem salarial também e aquilo que era para
investimento que a Constituição diz em 65, às vezes vai para 80, hoje está em
cento e poucos, só com o pessoal. Então essa história da máquina, eu não vou
agora cair no argumento do PT e dizer que nós recebemos sucateado do
ex-Prefeito João Dib. Por quê? Porque eu vou cair no argumento de que então
isto justifica se nós não fizemos alguma coisa na SMAM, ou na SMOV, ou na SMIC.
Lamento Ver. José Valdir, gostaria muito de ouvi-lo, mas eu concluo dizendo o
seguinte: acabamos discutindo coisas paralelas mas fundamentalmente quero me
solidarizar com aqueles Vereadores que já em outra ocasião criticaram o excesso
de viagens a São Paulo. Eu acho - acho não, tenho certeza - não foi nenhuma vez
ainda a Brasília verificar em algum Ministério, da Agricultura, por exemplo, na
questão de verbas do Ministério da Agricultura, que nós recebemos verbas a
fundo perdido e que foram muito bem usadas. Com uma delas nós compramos uma
chocadeira que está lá no CADE e que está fazendo muito bem na questão
prioritária do fornecimento de ovos para o Pronto Socorro e para as creches do
Município. Então eu acho que ir a Brasília ou mandar alguém a Brasília é para
Porto Alegre muito mais importante do que participar de um seminário
internacional sobre poder local de São Paulo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. João Dib, para
discutir o Projeto.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vou
encaminhar favoravelmente a autorização para viagem do Prefeito Olívio Dutra,
que vai participar de um Seminário de Poder Local, vale dizer Poder Municipal,
para São Paulo, onde ele fará uma palestra sobre sua experiência como administrador
municipal, já que o Seminário é de Poder Municipal. Poder Local não significa,
exatamente, dizer que seja em São Paulo.
Mas,
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meu caro Ver. Flávio Koutzii, eu estou
seriamente preocupado - não estava até hoje de manhã - porque não quero que o
Ver. Artur Zanella tenha razão e o Prefeito deixe escapar essa oportunidade de
mandar à Casa o Projeto de reajuste do funcionalismo. Eu não estava preocupado
até que o nobre Ver. Elói Guimarães, Presidente da Comissão de Justiça,
informou que a Comissão de Justiça entende que a Lei n° 186 não é
auto-aplicável, pois aí sim, os funcionários terão prejuízo no mês de junho e
também no mês de maio, conforme o Ver. Zanella disse. Então, estou pedindo, à
Liderança do PT, que gestione junto ao Prefeito para que mande a esta Casa o
Projeto de reajuste do funcionalismo. E que nessa viagem que, por certo, será
proveitosa para Porto Alegre, que ele pudesse estender uma ida a Brasília. O
Ver. Nereu D’Ávila tem razão, encontrou lá na SMIC, como encontraram na
Prefeitura, muitas máquinas funcionando, até por que, através do Ministério da
Agricultura, eu trouxe a Porto Alegre, sem ônus nenhum, dois tratores, com um
simples pedido. E eles fazem muitas dessas doações a fundo perdido em razão de incentivos
que pretendem fazer à agricultura, ou métodos de treinamento de agricultores,
então, é possível que se obtenha alguma coisa. Eu sei que nessa viagem o
Prefeito já não poderá mais programar, mas, numa próxima viagem, eu acho que
uma ida a Brasília estaria muito bem.
Tem
o meu voto favorável o Sr. Prefeito, tem o meu voto de pleno sucesso no seu
trabalho, na promoção, dessa vez, de Porto Alegre, sem dúvida nenhuma, num
congresso de âmbito que vai tratar sobre o Poder Municipal. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra está com o Ver. Cyro Martini.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não era
minha intenção participar dos debates a respeito da 14ª viagem do nosso
Prefeito. Todavia, sinto-me na obrigação, no dever de dar uma modesta
contribuição. Talvez, a colaboração não tenha, objetivamente, valor, mas
subjetivamente, no meu entendimento, tem. Gostaria que, por ocasião da
participação, o Prefeito, Prof° Olívio Dutra, dedicasse especial atenção quando
se manifestasse a respeito, tratasse com toda atenção o que diz respeito aos
serviços de assessoramento. O assessor, no meu entendimento, não pode-se
constituir numa muralha, numa parede entre o povo ou os representantes do povo,
de um lado e, de outro lado, a Administração Municipal. De outra forma, entendo
que as questões prioritárias da administração pública devem ser justamente
aquelas que estejam identificadas com as aspirações do povo mais simples, do
povo mais humilde, do povo mais carente e necessitado. Nós temos que ouvir as
pessoas, por isso que quando alguém se coloca como uma parede, impedindo o
acesso do povo, seja através das associações, de entidades ou de um
representante para encaminhar um grupo de pessoas para falar com o Sr. Prefeito
e é muito importante também salientar que a nossa maneira de conduzir a
administração pública não sei se é certa ou errada, porém a nossa tradição
assim encaminhou, sempre depende daquele que tem a última palavra. Aquela
pessoa que vai, por exemplo, a uma repartição policial ele quer falar com o
titular da repartição, assim como aquele que vai à Prefeitura ele quer falar
com o Prefeito.
Então,
quando temos um projeto como aquele relativo ao Decreto nº 9.182, que trata de
assegurar para o povo da Vila São José a única área ainda disponível para
erguer uma praça e construir um campo de futebol e edificar outros equipamentos
de lazer nós temos que ter um carinho todo especial, ainda mais quando o Sr.
Prefeito já se comprometeu em atender o povo e a gente que tanto batalha por
essa área lá da Vila São José. Por isso eu acho que temos que ter uma atenção
toda especial quando debater a respeito da questão da Administração Pública com
relação as funções do assessor, que não deve ser a de impedir o livre acesso ao
Prefeito mas, sim, de encaminhar as questões para o Prefeito, a fim se que ele
possa atender aquilo para o qual já assumiu compromisso. Parece-me que estou
prestando uma colaboração, no sentido de examinar com atenção, com carinho, a
questão pertinente ao assessoramento.
Uma
outra questão: são os problemas das ruas mais necessitadas e os problemas dos
núcleos residenciais, onde já estão atendidas todas as exigências de
equipamento básico, saneamento, iluminação pública, de coleta de lixo, essa
área não precisa ser atendida a todo o instante pelo Prefeito. Mas, aquelas
áreas onde o saneamento básico não está atendido, onde não há pavimentação,
onde o problema do pó, da poeira, do barro e todas essas questões mínimas,
pequenas mas de um problema seríssimo para a coletividade. Então, quando os
moradores requisitam, pedem para o Prefeito uma audiência, acho que é uma
questão que ele deve examinar quando comentar lá em São Paulo a respeito de
administração pública, que audiência deve ser concedida, e, com prioridade para
aquelas pessoas que vivem nos lugares mais humildes, mais simples, mais
modestos, mais pobres, mais carentes, mais necessitados. Isso me parece que é
administrar de modo concetâneo com a maior parte da coletividade e
identificar-se com as aspirações do povo.
Então,
quero apenas contribuir com aquilo que acho que posso contribuir fazendo essa
sugestão que fiz, que aqui coloquei. Quando o povo da rua 1º de setembro pede
audiência é uma rua sofrida, é uma rua que luta há anos com dificuldade, acho
que deve receber prioridade de atendimento por parte do Sr. Prefeito. Então,
dizendo isso, estou dizendo para ele: “não vá discutir questões de ruas que já
foram plenamente atendidas, cujos moradores já têm todos os equipamentos
básicos necessários para uma boa qualidade de vida, mas sim, priorizar aquelas
que possuem dificuldades inúmeras.
Era
apenas essa a minha a contribuição se possa dar, oferecer para o nosso ilustre
Prefeito quando ele se manifestar em São Paulo. Obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Não há inscritos para a continuidade da
discussão. Em votação. Para Encaminhar, com a palavra, o Ver. Adroaldo Corrêa
pela Bancada do PT. Cinco minutos com V. Exª.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o
encaminhamento é favorável, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que pede
ao Plenário que seja esse o encaminhamento em função dos objetivos da viagem,
em função objetivamente de que se fará o debate do poder local, que é como o
Ver. João Dib anotou aqui, que é o poder do Município.
Esta
questão recém colocada pelo Ver. Cyro Martini merece ser anotada e é
preocupação da Bancada do partido, de que a transparência e a perspectiva de
Administração coletiva, consultados os interesses da comunidade organizada, por
ruas, por associações de moradores, seja permanentemente ouvida. Não queríamos
deixar sem reparo esta questão, em função de que o nosso objetivo é justamente
consultar a comunidade nos interesses da Cidade.
Era
o que tínhamos a dizer. O encaminhamento é favorável. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamento. Os Srs.
Vereadores que aprovam o PDL nº 012/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre
a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Flávio Koutzii, solicitando seja o PDL
nº 012/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação
Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Ervino Besson em
Comunicação de Liderança, pelo PDT.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, lamento
a ausência do Ver. Jaques Machado, que é Presidente da Comissão de Defesa do
Consumidor. Porto Alegre está pagando um preço muito caro, o que não merece. A
falta de carne nos açougues de Porto Alegre, principalmente na Zona Sul está
sendo reclamada. Uma pergunta eu faço desta tribuna, a quem cabe a culpa desta
falta de carne que Porto Alegre está enfrentando hoje? Recebemos ontem visita
de vários açougueiros, pedindo para que eu trouxesse a esta tribuna o problema
que essas pobres criaturas estão enfrentando. Nós sabemos que esses pequenos
comerciantes têm a responsabilidade de sustentar suas famílias, pagar seus
aluguéis e a terrível carga tributária que eles enfrentam no fim do mês. E eles
estão com seus açougues completamente vazios. Hoje pela manhã eu recebi
telefonema de uma Senhora que disse que percorreu vários açougues da Zona Sul,
e em apenas um ela encontrou, somente carne de carneiro. É uma situação amarga
que Porto Alegre está enfrentando. Onde está a nossa SUNAB, e a própria
Polícia? E nós sabemos que os açougues que vendem carne estão pagando ágio, até
1 cruzado por quilo. Então eles enfrentam uma situação constrangedora, porque
pagam ágio e têm que vender carne escondida, porque podem a qualquer momento
serem presos.
Eu
lembro, Ver. Luiz Machado, na época do fabuloso plano Cruzado, a incrível
situação que Porto Alegre estava vivendo. Enfrentamos uma situação terrível,
mas nunca deixamos a população sem o pão. E agora o que está se vendo? O povo
de Porto Alegre não tem carne de espécie alguma em certas regiões e nada
está-se fazendo.
Fica
aqui este registro, o meu protesto às autoridades, ao responsável, até ao
próprio Sindicato, desta situação, da falta de carne na nossa Cidade. Sou
grato.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Clóvis Brum em
tempo de Liderança.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, estamos
encaminhando o Requerimento à Comissão de Defesa do Consumidor, presidida pelo
Ver. Jaques Machado, no sentido de que sejam convidados os Srs.
superintendentes da SUNAB, da COBAL e o Secretário Municipal da Indústria e
Comércio para falarem sobe os estoques reguladores, notadamente da alimentação
e da carne, no caso mais premente da carne, porque nós não entendemos,
sinceramente, o que está ocorrendo com o estoque regulador de carne. A COBAL,
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, já teria que ter acionado estes estoques. Não
tem por que faltar carne. Não vejo este problema da carne. Ou a COBAL está
dentro da orientação dos produtores ou não tem estoque regulador. A partir do
momento em que os produtores não fornecem mais o mercado, há um estoque
regulador sob os cuidados da COBAL, com toda a tutela da SUNAB. É também
estranha a ausência da Secretaria Municipal da Indústria e do Comércio que não
tenha-se apercebido desta situação.
Por
isso, Sr. Presidente, nós já estamos elaborando documento, e até a tarde de
hoje deve chegar à Comissão de Defesa do Consumidor para que imediatamente
àquela Comissão, através da Presidência da Casa, convide estas autoridades a
falar sobre este palpitante assunto que é o estoque regulador. Existe ou não
existe mais. O que aconteceu? Nós queremos saber das autoridades competentes,
por que a população está sem carne, quando nós não vemos esta razão, uma vez
que, faltando o produto, o estoque regulador deveria ser acionado. Pelo que
vejo, não foi acionado o estoque regulador da COBAL. Neste sentido, Sr. Presidente,
a nossa Comunicação de Liderança é para dizer que, em que pese a COBAL estar
sendo dirigida por um companheiro do PMDB, nós não temos nenhum constrangimento
em cobrar e até levantar o assunto aqui, que já poderia ter sido levantado por
outros companheiros da Casa, com relação ao estoque regulador. Nós sabemos que
a COBAL não é um órgão privativo do PMDB, é do povo e ela existe em função do
estoque regulador. Então, estranho que a COBAL não tenha acionado o estoque
regulador e colocado para a rua a carne que deve ter estocada. Onde está a
carne estocada pela COBAL? O que aconteceu? Estas perguntas, Sr. Presidente, e
outras mais haveremos de formular na oportunidade em que estas autoridades aqui
comparecerem, mas rigorosamente nós chamamos a atenção dos companheiros da Casa
que a iniciativa de cobrar de um órgão, desses três órgãos, notadamente, de um,
do PMDB, coube exatamente à Liderança do PMDB. Nós não abdicamos do direito de
tratar do interesse coletivo, em que pese a COBAL estar sendo dirigida por um
companheiro do PMDB. Poderia ter feito esse contato por telefone ou
pessoalmente, mas não, pois acho que esses assuntos do povo têm que ser
tratados de público. Por isso gostaríamos de ver o diretor Regional da COBAL
falando aqui sobre o estoque regulador daquele órgão. Esta, Sr. Presidente, é a
Comunicação de Liderança que desejávamos fazer nesta manhã. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em Explicação Pessoal, Ver. Luiz Machado.
O SR. LUIZ MACHADO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, chego à
tribuna para falar sobre um assunto muito importante que é referente ao Fundo
de Previdência da Câmara Municipal de Porto Alegre. Vou-me ater ao projeto do
Ver. Dilamar Machado, que dispõe sobre o Fundo de Previdência da Câmara de
Vereadores de Porto Alegre, artigo 4º. Vou-me ater a ele, porque, eu pretendo,
neste momento, me desligar do Fundo. E este Projeto, que está protocolado na
Casa, de autoria do Ver. Dilamar Machado, será brevemente votado.
Eu
participei de uma reunião, há pouco mais de oito dias, na Vila Restinga, que
mais de 300 pessoas compareceram. Eu senti muito arranhada a dignidade do
Legislativo em função da maneira como a imprensa colocou a aposentadoria dos
Vereadores aos oito anos. Desta manhã, eu tomei uma decisão de, hoje, enviar um
ofício a esta Casa, pedindo o meu desligamento do Fundo.
Eu
vou falar sobre o artigo 4º do Projeto do Ver. Dilamar Machado, que diz: “Os
atuais Vereadores associados, que não gozarem do benefício da Aposentadoria,
podem desligar-se do Fundo de Previdência da Câmara Municipal de Porto Alegre,
devendo receber a restituição do número de contribuições efetivamente
descontadas em folha de pagamento ou pagas diretamente pelo associado.” Por
este motivo, estou enviando um ofício a esta Casa, pedindo o meu desligamento
do Fundo.
Nesta
reunião que eu citei, na Vila Restinga, se levantou um trabalhador comum, e os
senhores sabem que muitos brasileiros não têm acesso às leis, pois, muitas
vezes, elas são escondidas de segmentos da sociedade, principalmente da periferia,
e ficou incutido na cabeça do nosso trabalhador que os Vereadores se aposentam
aos oito anos. E, nesta reunião, foi desgastado o Legislativo, lá estava o Ver.
Heriberto Back e eu, representando a Câmara, nesta grande reunião, juntamente
com o Sr. Prefeito, que estava presente; a pessoa se levantou e disse: “Como
vamos defender os Vereadores, defender o Legislativo, se eles se aposentam com
oito anos?” Eu me senti profundamente magoado com isso. Achei de tomar uma
decisão e tenho certeza de que, no futuro, será decisão da maioria dos
Vereadores desta Casa. Por quê? Porque tenho certeza que o meu desligamento não
vai prejudicar ninguém. Naquele momento, se os Vereadores optassem pelo
inverso, sairia prejudicado alguém que se aposentou ou que viesse a se
aposentar e viver exclusivamente do Fundo. Por isso aí é que a minha decisão
pode ser tarde, mas nunca é tarde para se corrigir algo muito importante, que é
a nossa dignidade, é a dignidade do Legislativo e todos têm que pensar que o
momento principal é de nós resgatarmos a dignidade do Legislativo. Convido os
Vereadores, que tiveram qualquer dúvida sobre isso, que visitem a periferia,
façam reuniões com cinqüenta, cem ou duzentas pessoas, porque muitas vezes os
jornais publicam somente o que lhes interessa e, muitas vezes, algumas
publicações, de matéria tão polêmica como foi a do Fundo, como está sendo
ainda, podem denegrir a nossa imagem. Então, para resgatarmos isso, vou fazer a
minha parte, não quero com isto prejudicar nenhum Vereador e nenhum aposentado
do Fundo. Fazer com que a nossa dignidade seja resgatada e que o Vereador ao
chegar na periferia seja respeitado.
Esta
é a minha colocação de hoje, muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PSB, Ver. Omar Ferri.
O SR. OMAR FERRI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, foi com
muita satisfação que ouvi o discurso do Ver. Luiz Machado. Parece-me que aos
poucos vamos conseguindo chamar a atenção dos Srs. Vereadores e o Ver. Luiz
Machado observou de perto, pessoalmente, o inconformismo da população de Porto
Alegre com relação a Lei de n° 1.975 que instituiu o Fundo de Aposentadoria dos
Vereadores, que num dos seus artigos, realmente permite a aposentadoria
proporcional com um período de oito anos de contribuição.
Agora,
vou dizer uma coisa, só uma pequena observação me solidarizo com V. Exª e
aplaudo V. Exª. Não foi a Lei do Ver. Dilamar Machado que permitiu a livre
opção para o Vereador integrar ou não ao Fundo. Quem veio abrir as portas e dar
liberdade de associação ou não, foi a própria Constituição Federal em seu
artigo 5º. Mas mesmo que ela não tivesse sido promulgada, qualquer decisão
judicial excluiria qualquer Vereador do Fundo porque a Lei é desnecessária. A
lei pública em se tratando de uma entidade de Previdência Social Privada
depende da Constituição através de assembléia geral e de estatuto, jamais de
lei pública. Agora também quero dizer a esta Casa que eu não vou concordar com
o artigo 4º, do Projeto de Lei apresentado pelo Ver. Dilamar Machado. É que,
vejam bem, o que eu diria aqui Sr. Presidente, eu sou muito franco, talvez
fosse grossa a patifaria. Vejam o termo que estou empregando. Acho que existe
neste Projeto de Lei, grossa patifaria. É que o artigo 4º prevê a restituição
do número de contribuições efetivamente descontadas em folha de pagamento, ou
paga diretamente pelo associado, corrigida pela última prestação. Sabem que a
Lei do Fundo diz num dos seus artigos em caráter expresso, que no momento em
que o Fundo é dissolvido por qualquer motivo, ou é inviável, aí sim as
contribuições seriam devolvidas, corrigidas para os associados, e a parte
restante do patrimônio seria destinada a entidades assistenciais de caridade. E
a parte que o Vereador contribui aí seria devolvida a ele. Até aí tudo justo,
eu não discuto aquilo que a Lei diz. Eu discuto essa possibilidade de devolver
corrigida as prestações dos Vereadores, eu não vou concordar com ela, porque se
o Vereador ajuizar uma ação hoje, vou dar o exemplo do Luiz Machado. O Ver.
Luiz Machado hoje faz um Requerimento pedindo a exclusão do Fundo, e pede a
devolução das quantias. Essa devolução só é corrigida a partir do pedido, e se
não houver correção a partir do pedido, a partir de hoje, você entraria na
justiça e a justiça só corrigiria a partir do momento em que você ajuíza a ação
ordinária de devolução. Então aqui me parece que de novo há as razões de ordem,
as justificativas, eu me engasgo. Quer dizer então, querem destruir através da
locupletação legal para o bolso de certos Vereadores, eu termino Sr. Presidente,
para deixar claro que eu nunca fui contra o Fundo, que eu sempre fui contra a
verba pública destinada a constituição do Fundo, e vou ser contra que se
transforme este expediente numa possibilidade ou num instrumento de lucro
ilícito. Eu não sei porque nesta Casa a gente tem que se cuidar de vez em
quando de certos Vereadores. Este dispositivo é altamente corrupto. Vou fazer
de tudo para que esta Casa não o aprove, mas de qualquer maneira Vereador Luiz
Machado eu quero deixar clara a minha total independência aqui, eu não sou a
favor nem contra nenhum dos Senhores Vereadores. Eu posso lhe atacar amanhã
como posso lhe defender hoje, eu posso te aplaudir hoje como lhe criticar
amanhã. O Senhor hoje merece o nosso aplauso. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o Vereador Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Senhores Vereadores, o
Vereador Omar Ferri não perde a mania de ser árbitro dos outros Vereadores
desta Casa.
Acredito
que o Projeto, apresentado pelo Vereador Dilamar Machado, é um Projeto de total
correção, total justiça. É tão justo o projeto do Vereador Dilamar Machado, a
coerência é tanta que, se por acaso, quisesse o Vereador Dilamar Machado
prejudicar o Fundo, explodir com o Fundo, teria dito o Vereador Dilamar
Machado, e poderia dizê-lo. E isto o Vereador Ferri não disse aqui, porque isto
prejudicaria amigos do Ver. Dilamar que estão dentro do Fundo, que as verbas
públicas colocadas dentro do Fundo continuarão dentro do Fundo. O que quis o
Ver. Dilamar Machado, ao apresentar o seu projeto de Lei? Quis apenas fazer
justiça àqueles Vereadores, Sr. Presidente da Casa, que quando entraram aqui,
em 1982, por exemplo, como foi o meu caso, não sei se foi o caso de V. Exª, V.
Exª tem um mandato a mais, não lhes foi perguntado, a nenhum de nós, se queria
ou não participar do Fundo. Era absolutamente obrigatória a participação do
Fundo. O desconto era compulsório. (Aparte anti-regimental.) Mas como não é
verdade? Quero dizer para V. Exª que a Constituição é do ano passado, é de
1988. Digo a V. Exª, Ver. Omar Ferri, que esses Vereadores que tiveram o desconto em
seus subsídios, em seus vencimentos, terão apenas, agora, de acordo com a lei -
Projeto de Lei do Ver. Dilamar Machado - o direito a resgatar isso que colocaram
dentro do Fundo de maneira a atualizar esses valores. (Aparte anti-regimental.)
Mas eu não vejo onde está a corrupção nisso: resgatar o que é nosso; resgatar
não aquilo que é do Poder Público, mas aquilo que eu tinha direito a receber. E
se, por acaso, Ver. José Valdir, eu guardasse numa Caderneta de Poupança,
porque era aquilo que eu tinha direito a receber, de acordo com a legislação,
eu teria esse valor hoje em dia ou talvez até um pouco mais. Mas é isso que diz
a lei. E vê aí o Ver. Omar Ferri que é talvez o mais moral de todos nós, mas
que nós sabemos que não é, Vereador. Sabemos que não é. Conhecemos até um
pedaço da sua história. Não damos o direito do Ver. Omar Ferri de vir a esta
tribuna cobrar honestidade dos Vereadores ou dizer que os Vereadores todos são
corruptos e ele é moral. Mas quem é que lhe deu este direito, Vereador? Qual é
o direito que V. Exª tem, Vereador? (Aparte anti-regimental do Ver. Omar
Ferri.) Outra vez nós somos chamados de corruptos. Outra vez. Mas corruptos
porque queremos apenas resgatar o que é nosso. V. Exª não têm o direito de
dizer isso a respeito dos Vereadores.
O Sr. Omar Ferri: Mas não tenho funcho na cabeça.
O SR. LUIZ BRAZ: Não! V. Exª tem muita corrupção na
cabeça; V. Exª tem muita imoralidade na cabeça! O que V. Exª tem, é uma
história suja atrás de V. Exª! Ou V. Exª quer que eu mostre, desta tribuna, a
história de V. Exª, contada pela Polícia Federal, desde 1946 (sic)? É isso que
V. Exª quer? Eu posso mostrar! Mas eu não gostaria de mostrar! Eu não quero
mostrar as famílias que V. Exª destruiu!
O Sr. Omar Ferri: As minhas fichas não são corruptas e nem
canalhas!
O SR. PRESIDENTE: (Preme a campainha.) Ver Omar Ferri, por
favor, nós asseguramos a palavra ao Vereador que está na tribuna.
O SR. LUIZ BRAZ: Agora, quero que V. Exª tire a ficha
deste Vereador, pegue o passado dente Vereador e veja se tem um momento apenas
de corrupção! Agora, o passado de V. Exª não! Eu quero que V. Exª tenha a
coragem de mostrar seu passado aqui da tribuna! V. Exª não tem o direito de
cobrar de ninguém, nem de chamar alguém de corrupto!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para falar em Explicação Pessoal, o Ver.
Isaac Ainhorn. (Pausa.) Desiste. Ver. Wilton Araújo. (Pausa.) Ausente. Ver.
Adroaldo Corrêa, V. Exª está com a palavra.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, venho
comunicar desta tribuna, em Explicações Pessoais, que nesta semana o Prefeito
Olívio Dutra esteve visitando uma escola pública municipal no Morro da Cruz, e
recebeu um abaixo-assinado de falta d’água na escola. Preocupante, porque uma
escola funcionar sem água é uma dificuldade. A SMED, através de seus técnicos,
fez a verificação dos motivos da falta d’água, já que os vizinhos do prédio não
tinham o mesmo problema. Os registros estavam fechados. Ora, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, um abaixo-assinado, produzido junto com a mobilização da
população que no seu interesse, na sua consciência quer uma escola funcionando
nas melhores condições, ser levado ao Prefeito Municipal para que pusesse água
numa escola quando essa escola tem os encanamentos em perfeitas condições e os
registros estão fechados, nos leva a pensar que outra coisa está existindo
nesse processo, há uma outra motivação para que isso ocorra. Se o registro está
fechado, o responsável pela escola tem que abrir o registro a fim de que haja
água. Se houvesse, ao abrir o registro, vazamento que impedisse que água
chegasse às torneiras, teria sido verificado. Não há vazamento na escola e, no
entanto, um abaixo-assinado mobilizou uma comunidade inteira para pressionar o
Prefeito para que se restabelecesse. A SMED abriu os registros, há água na
escola! Gostaria de mencionar que isso não acontece por acaso. O Ver. Clóvis
Brum disse que deveríamos examinar o que está ocorrendo com o desabastecimento
de gêneros nesta Cidade, Estado e neste País, em função de um momento em que
ocorrem greves, bombas, contra os trabalhadores são dados tiros - trabalhadores
que reivindicam os seus justos salários - e os trabalhadores têm a preocupação
de saber porque esses produtos estão sendo sonegados da população neste
momento. Em 1964 foi assim aqui no Brasil. O desabastecimento enlouqueceu
determinados setores da sociedade, os quais admitiram que a Constituição fosse
rompida, o Presidente deposto e apoiaram um golpe militar que perpetuou-se por
21 anos e traz prejuízos à população brasileira até hoje, nos seus efeitos e no
endividamento de 130 bilhões de dólares, porque este é o principal exame que se
deve fazer. O desabastecimento também foi produzido no Chile, também foi
produzido em diversos países onde a classe média não discutiu politizadamente a
questão, se aliou aos golpistas contra o povo trabalhador.
O Sr. José Valdir: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Adroaldo Corrêa aproveito o pronunciamento de V. Exª
para registrar um caso semelhante, ocorrido na Escola Municipal Décio Martins
Costa na Vila Santo Agostinho. Andou se espalhando a notícia de que faltava
merenda na escola. Falei com duas professoras na escola e na verdade não falta
merenda, o que aconteceu é que a ampliação da escola feita no ano passado foi
feita sem o devido cuidado, amassando os canos de esgoto e os problemas vieram
a se fazer sentir este ano, inviabilizando o funcionamento da cozinha da escola
que está sendo arrumada, mas merenda há. Então, as notícias também estão sendo
divulgadas de forma deturpada para parecer que este problema está sendo
generalizado.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Agradeço seu aparte que enriquece a minha
contribuição e espero que os Vereadores reflitam a respeito deste processo:
combater politicamente é correto, é justo, ter idéias divergentes, é correto, é
justo, mas plantar informações divergentes da realidade, mas mobilizar a
população em torno de um registro fechado - não sei quem mobilizou - dizendo
que faltava água numa determinada escola. Faltava água mais havia o recurso de
abrir o registro, assim como falta a alimentação, faltam os medicamentos, falta
uma série de produtos nas prateleiras e supermercados desta Cidade, mas também
há motivos para esta falta e os motivos, talvez, sejam os motivos políticos dos
mais baixos. Nos preparemos porque poderemos estar discutindo em breve o
fechamento das instituições democráticas nesta Cidade, neste Estado, neste
País. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em Explicação Pessoal, está com a palavra
o Ver. Giovani Gregol.
O SR. GIOVANI GREGOL: Hoje justamente em toda a imprensa
nacional, regional e pela televisão e pelo rádio, nos vimos e lemos como aqui
na “Zero Hora” página 16 (Lê.): “Novo atentado abala o Acre. Funcionários são
feridos. Desta vez foi o Delegado do Instituto Brasileiro do Meio ambiente e
Recursos Naturais Renováveis no Estado do Acre (IBAMA), Paulo Beningá de Sales,
mais o coordenador do Plano de Proteção ao Meio Ambiente e às Comunidades
Indígenas da Secretaria do Planejamento do Governo Federal, (Pmaci), José Rente
Nascimento, que, aliás, era amigo íntimo de Chico Mendes, já assassinado, pelas
mesmas forças e o Engenheiro Agrônomo Geraldo Callegari, que foram emboscados e
feridos a pauladas e coronhadas de revólver, quarta-feira à noite, por dois
pistoleiros desconhecidos, - diz a notícia - aliás, já recebi a informação de
que são extremamente conhecidos na região - perto da delegacia do Ibama, em Rio
Branco, a capital do Acre. A Polícia Federal foi acionada, diz a mesma notícia,
e quarta à noite mesmo localizou o carro, diz aqui a placa, que os dois
desconhecidos ocupavam, dois pistoleiros bem conhecidos na região, dois
jagunços, no pátio da usina de beneficiamento de borracha “Metalex”, de
propriedade do usineiro e madeireiro Jorge Moura, presidente do Sindicato das
Indústrias Madeireiras do Acre. Com lesões corporais por todo o corpo, o
coordenador do Pmaci, José Rente Nascimento, o mais atingido, foi internado no
Hospital de Rio Branco, e, segundo notícias televisíveis de ontem, inclusive
com riscos de vida, ao mesmo tempo recebi durante essa Sessão um telex enviado
pelo Deputado Estadual Valdir Ganzeira, do Estado do Pará, que me diz assustado
que o Presidente da Câmara Municipal da cidade de Santarém no seu Estado está
sendo permanentemente seguido há mais de 30 dias, e pode ser assassinado e
sofrer atentado, no mínimo, que lhe pode custar a vida a qualquer momento.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Concordo e me congratulo com a preocupação de V. Exª. E digo mais,
com toda esta situação terrível que o País está enfrentando, com atentados e
falta de mercadorias, nós temos que estar muito atentos a esta situação.
Sabemos que é um ano de eleições presidenciais; talvez hajam interesses por
trás disso, para talvez um golpe militar que não haja mais eleições
presidenciais. Esta é a nossa preocupação.
O SR. GIOVANI GREGOL: É procedente. Obrigado. Isto talvez, faz
parte da conspiração, senão orquestrada, faz parte dos interesses que não
querem, aliás, nunca quiseram a democracia neste País. Nunca quiseram o poder
popular neste País. Estão agindo em todo o nosso território, não estão
satisfeitos com a perspectiva, de depois de mais de 30 anos, das primeiras
eleições presidenciais, e que agem de forma, inclusive, armada. São verdadeiros
bandos, grupos paramilitares, exércitos paralelos e disto tem conhecimento o
Governo Federal, e disso tem conhecimento a Polícia Federal. E não age. Lá no
Acre, lá em Santarém estão matando e podem vir a matar a qualquer momento.
E
neste sentido pedimos o apoio de todas as Bancadas, de todos os colegas desta
Casa, inclusive, da Presidência, para pelo menos nos manifestar, mandando um
telex a estes companheiros e às autoridades responsáveis, para, pelo menos,
tentar sensibilizá-las. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito é o Ver. Elói
Guimarães.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
pretendia me ater a outro assunto que diz com interesse da nossa comunidade, da
população, mas o farei na semana próxima, ligado aos postos de saúde do INAMPS.
Mas,
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vejo e coloco à Presidência, que passa-se a
criar uma situação muito delicada nesta Casa, na medida que determinados
comportamentos agravam situações vivenciadas.
Então,
é preciso que nós tenhamos um nível mínimo para discutir determinados assuntos.
A questão do Fundo de Aposentadoria dos Vereadores, objeto de um debate que se
faz nesta Cidade, diga-se de passagem, um debate que dá muito notícia. É o tipo
do assunto que dá matéria, Sr. Presidente, de grande ibope, de grande notícia.
Então há a necessidade que tenhamos cautela no encaminhamento dessa questão.
Nós já tivemos oportunidade de discutir o assunto, e, há um Projeto de Lei na
Casa, que será objeto de grande discussão. Agora, essa discussão para que tenha
um bom desenlace é preciso que nos respeitemos.
O Sr. Clóvis Brum: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu tenho lamentado profundamente o fato de não estar aqui no debate
havido há poucos instantes atrás, talvez até tenha sido muito bom eu não estar.
Em segundo lugar, quando se fala dos atuais Vereadores, tem que lembrar que a
saída dos Vereadores é retirando somente aquilo que lhe foi tirado na folha de
pagamento. E mais que isso, sobre esse valor retirado na folha de pagamento
também se pagou imposto de renda. E só não se fala nos atuais Vereadores, e nem
os ex-Vereadores, quando se sabe que as Leis que se sucederam no Fundo os
beneficiou por muitos anos, contribuição do Poder Político, para fins de
aposentadoria. Esse Vereador não gozou de nenhum privilégio, Nobre Ver. Elói
Guimarães, também, Ver. Valdir Fraga também, e poderia se enumerar outros.
Então,
Sr. Presidente, se fala contra, ou se levanta suspeição contra os que não
receberam nenhum privilégio. Agora, nunca se disse que esse Fundo tem 13 anos
de existência e que tem Vereador com 28 anos de tempo de serviço para fins de
aposentadoria. Sr. Presidente, não há meias palavras, nesta situação, há
palavras inteiras. Eu desposo o direito de receber o que me foi tirado do meu
salário, que nem me pertence, pertence também a minha família. Sou grato a V.
Exª.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Então, a discussão tem que ganhar pela
racionalidade, pela serenidade para que as informações, a nível de opinião
pública, não tenham toda esta emocionalidade. Vejam, V. Exas e vou
citar o meu caso, quando cheguei na Casa e o Ver. Clóvis Brum, Ver. Lauro Hagemann,
como de resto todos os atuais Vereadores, quando chegaram na Casa já existia
Fundo de Previdência. Já existia instalado, instrumentalizado. A nós
correspondeu, pura e simplesmente, descontar. Era descontado na folha de
pagamento as contribuições ao Fundo e eu quero dizer que eu nunca pedi sequer
um empréstimo ao Fundo e não estou condenando quem o fez e me correspondeu
tão-somente contribuir para o Fundo. Extinto não, por que esse projeto não
extingue o Fundo e nem deve, mas eliminada a verba pública, acho justo que eu
tenha devolvido o que efetivamente peguei, obviamente com a correção. Seria um
absurdo que eu atentasse contra a minha família e contra mim mesmo. Eu que
contribuí durante todo esse período, quero a restituição corrigida, que nada mais
é do que a exploração que o Fundo fez da minha contribuição e das nossas
contribuições, apostando, como fez o Fundo, nas bolsas de valores ou tendo as
correções decorrentes da caderneta de poupança, etc. Nada mais justo e correto,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que eu tenha a devolução deste valor que eu
contribuí. Não quero um tostão a mais, todavia, não quero um tostão a menos.
Mas o que importa neste momento e V. Exª, Sr. Presidente, tem um papel
significativo, para que os debates tenham o nível que dele se espera. Não
podemos ser atacados da forma como se atacou hoje, nesta Casa, àqueles que
pertencem ao Fundo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, declaro
encerrados os trabalhos.
(Levanta-se
a Sessão às 13h18min.)
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